COMUNICADO
proTEJO – Movimento Pelo Tejo
19 de Novembro de 2017
O proTEJO APRESENTARÁ DENÚNCIA À COMISSÃO EUROPEIA,
PETIÇÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E QUEIXA CRIME À PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA
POR CRIME AMBIENTAL E GRAVE PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA POR EXTREMA POLUIÇÃO DO
RIO TEJO QUE CAUSOU UMA VASTÍSSIMA MORTANDADE DE PEIXES
O Movimento proTEJO realizou uma reunião de
trabalho no dia 19 de novembro de 2017 para fazer um balanço da 3ª manifestação
contra a poluição do rio Tejo e seus afluentes, adotar medidas contra a
poluição do rio Tejo e programar atividades a realizar no ano de 2018, tendo
desta resultado as seguintes apreciações e decisões:
1º A 3ª manifestação contra a poluição do rio Tejo
e seus afluentes foi realizada com sucesso face à significativa adesão e
participação de cidadãos de diversas localidades da bacia do Tejo que se
deslocaram a Lisboa para se manifestarem contra a poluição do rio Tejo.
Em termos de resultados, consideramos que foi
oportuna visto ter ocorrido no dia seguinte ao início de um episódio de
poluição extrema no rio Tejo que originou a mortandade de milhares de peixes, levou a um
pedido de reunião do Ministro do Ambiente, realizada em 30 de agosto de 2017,
para identificar pontos de entendimento para resolver o problema da poluição no
rio Tejo e seus afluentes, e permitiu consciencializar os cidadãos da área
metropolitana de Lisboa para o grave problema de poluição do rio Tejo a
montante mas que se propaga pelas massas de água a jusante de Vila Velha de Ródão até Lisboa.
2º A adoção de medidas para combater a poluição no
rio Tejo, nomeadamente:
a) a sensibilização das
escolas para promoverem projetos de educação ambiental sobre os problemas do
rio Tejo e seus afluentes;
b) a sensibilização das
associações para o problema da poluição do rio Tejo e seus afluentes;
c) a possibilidade de
uma nova manifestação contra a poluição do rio Tejo e seus afluentes caso se
mantenha a atual situação de extrema poluição;
d) a apresentação de uma
denúncia à Comissão Europeia e uma petição à comissão de petições do Parlamento
Europeu para que a União europeia intervenha junto do Ministério do Ambiente
português e do Ministerio de Agricultura y Pesca, Alimentación y Medio Ambiente
espanhol, tendo em vista que:
· a Confederacion
Hidrografica del Tajo assegure o bom estado ecológico das massas de água
fronteiriças e transfronteiriças, tendo em vista o cumprimento Convenção de
Albufeira e a Diretiva Quadro da Água, nomeadamente, pela execução imediata da
medida de melhoria dos atuais sistemas de tratamento de águas residuais urbanas
“Saneamento e Depuração da Zona Fronteiriça com Portugal. Cedillo e Alcântara”
e da “Estrategia para la Modernización Sostenible de los Regadíos, Horizonte
2015”, bem como pela adoção de outras medidas que visem a eliminação da
significativa carga poluente de fosforo que tem vindo a ser detetada nas
análises efetuadas na barragem de Cedillo;
· a Agência Portuguesa
do Ambiente reveja imediatamente a “licença de utilização de recursos hídricos
– rejeição de efluentes” da Celtejo estipulando um nível de produção que não
exceda a capacidade de processamento de efluentes da atual ETAR e defina
valores limites de emissão (VLE) que garantam o objetivo de alcançar o bom
estado ecológico da massa de água “Albufeira do Fratel”, bem como das massas de
águas a jusante da mesma e pertencentes à mesma bacia hidrográfica;
· a Agência Portuguesa
do Ambiente e a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do
Ordenamento do Território (IGAMAOT) intervenham de forma eficaz e definitiva
tendo em vista a inequívoca identificação dos focos de poluição que originaram
a mortandade de peixes a 2 de novembro de 2017, bem como a tomada de ações que
visem a prevenção e reparação de danos ambientais nos termos da diretiva
comunitária e da lei interna de responsabilidade ambiental;
· a Celtejo e a Agência
Portuguesa do Ambiente adotem as ações de prevenção e as ações de reparação de
danos ambientais que se justifiquem nos termos da diretiva comunitária e da lei
interna de responsabilidade ambiental.
e) a apresentação à
Procuradoria-Geral da República de uma queixa por crime ambiental e grave
problema de saúde pública por extrema poluição do rio Tejo que causou uma
vastíssima mortandade de peixes.
3º A programação de uma conferência “Os caudais
ecológicos e o estado ecológico da água na Convenção de Albufeira” e da
atividade vogar contra a indiferença de 2018, com um percurso de lazer entre
Vila Velha de Ródão e as portas de Ródão, para promover um convívio de
fluviofelicidade entre os participantes e permitir a observação dos pontos de
origem da poluição em frente ao Caís Fluvial de Vila Velha de Ródão;
4º O agendamento da próxima Assembleia Geral do
proTEJO a 24 de Fevereiro de 2018.
Apelamos assim ao apoio e participação dos cidadãos
e das comunidades ribeirinhas do rio Tejo e seus afluentes, em Portugal e
Espanha, para defenderem e protegerem os nossos rios.
O TEJO MERECE!
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