12 de setembro de 2024
“O Movimento proTEJO apresentou o seu parecer de “Sugestão” na consulta pública
sobre o Novo
Armazém Temporário Individualizado no
sentido de ser minimizado o risco do desmantelamento da central nuclear de
Almaraz, bem como do armazenamento dos seus resíduos”
O proTEJO – Movimento
pelo Tejo, face ao risco de acidente nuclear e de contaminação radioativa das
águas da bacia do Tejo, sempre defendeu o imediato desmantelamento da Central
Nuclear de Almaraz, a central nuclear mais próxima da fronteira Portuguesa, que
se encontra situada a apenas 100 km da fronteira com Portugal na Comunidade
Autónoma da Extremadura, junto ao Rio Tejo, tendo iniciado o seu funcionamento
em 1981 (um reator - Almaraz I, com uma potência de 1.049,43 MW e o segundo em
1983 - Almaraz II, com uma potência de 1.044,45 MW).
Neste sentido o
Movimento proTEJO apresentou o seu parecer de “Sugestão” na consulta pública do Novo Armazém Temporário Individualizado (ATI100) da
Central Nuclear de Almaraz (Cáceres) - ESPANHA, no sentido de que seja minimizado
o risco do desmantelamento da central nuclear de Almaraz, bem como do
armazenamento dos seus resíduos.
A maioria dos problemas
que hoje são apontados como causadores das inúmeras disfuncionalidades ecológicas
que põem em causa a sobrevivência de um número crescente de espécies incluindo
a humana, assenta sobretudo na escolha das tecnologias da era moderna.
Historicamente essas
escolhas refletem o carácter leviano que predispõe o ser humano a jogar jogos
de poder, descurando o princípio da precaução e aventurando-se a acumular
incúria ao potencial dos riscos incontornáveis conhecidos e desconhecidos.
No caso do nuclear essa
leviandade e incúria atingem o seu pico, primeiro na escolha e depois nas
práticas inerentes à produção do combustível, da energia e da gestão de
resíduos.
Apontar para não menos
de 75 anos para implementação da “solução definitiva” do Armazenamento
Geológico Profundo (AGP) continua a exibir este mesmo selo de incúria e
leviandade.
Tudo isto é vago, mas
os riscos reais conhecidos ligados a esta tecnologia não o são.
Se acrescentarmos a
estes os riscos desconhecidos diretos e indiretos muito presumivelmente
alavancados sob os efeitos das alterações climáticas, facilmente podemos
antever para este novo Armazém Temporário Individualizado (ATI) questões
ligadas a uma dificuldade crescente no abastecimento de água para arrefecimento
e a problemas em devolver, a cada momento, essa água ao Tejo a uma temperatura
adequada durante, pelo menos, os próximos 75 anos.
Nesse sentido, o
Movimento proTEJO sugeriu que tudo seja feito para antecipar a construção do
AGP e garantir que não haja espaço para, “por algum acaso do absurdo“,
prolongar a vida dos dois reatores de Almaraz para além do prazo previsto.
O desmantelamento da
central é um processo longo e complexo, sendo que a sua conclusão não encerra o
assunto dos riscos potencialmente graves que persistirão por muitos e longos
anos.
Atendendo a que
Portugal não optou pelo nuclear entendemos que o processo deverá ser objeto da
maior transparência quanto à monitorização e divulgação da informação, devendo
prever-se uma Comissão de Acompanhamento que inclua técnicos da Agência Portuguesa
do Ambiente.
Bacia do Tejo, 12 de setembro de 2024
Os Porta-Vozes do
proTEJO,
Ana Silva e Paulo
Constantino
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