Nota de Imprensa
Rede de Cidadania por uma Nova Cultura do Água no Tejo/Tajo
A Defensora do Povo dá
razão aos grupos de cidadãos na sua queixa contra o Memorandum Tejo-Segura.
A Rede de Cidadania por uma Nova
Cultura do Água no Tejo/Tajo e seus rios recebeu a resposta da Defensora do
Povo à queixa que apresentaram as organizações desta Rede de cidadania a 1 de
Outubro de 2013, em relação com o Memorandum Tejo-Segura, e as irregularidades
na sua tramitação e posterior incorporação na Lei 21/2013 de avaliação
ambiental.
A resposta da Defensora do Povo
confirma os argumentos da denúncia cidadã. Nela indica que o anteprojeto de
lei, no que respeita às modificações do transvase Tejo-Segura e vendas de água,
devia ter sido submetido a participação pública, e a avaliação de impacto
ambiental, não sendo suficiente a tramitação parlamentar dada a uma norma com impacto
legal. Considera que as regras para a determinação de águas excedentárias ou de
exploração do transvase fazem parte do planeamento ordinário da bacia
hidrográfica correspondente, algo que esta Rede de Cidadania tem vindo a exigir
há algum tempo.
A Defensora do Povo também aponta
a possível inconstitucionalidade da Lei de Avaliação Ambiental (Lei 21/2013),
no que respeita à regulação derivada dos acordos do Memorandum Tejo-Segura. O debate
fica feito não só no Tejo, como noutras comunidades pela extrapolação que das
regras derivadas da citada lei (essencialmente no que respeita aos mercados de
água) se pode fazer na gestão de rios noutras demarcações.
Informação adicional
A 1 de Outubro do 2013, depois de
ter finalizado o período de informação pública do Plano Hidrológico da parte
espanhola da Demarcação do Tejo, as organizações espanholas e portuguesas da
Rede de Cidadania por uma Nova Cultura do Água no Tejo/Tajo e seus rios
apresentaram petições de acesso à informação perante o MAGRAMA, para conhecer o
conteúdo do Memorandum e os relatórios e estudos que deram lugar ao mesmo ou que
derivassem dele. O MAGRAMA fez ouvidos surdos e isso motivou que a Rede
apresentasse uma queixa à Defensora do Povo, solicitando sua intervenção.
Na queixa argumentava-se que a
assinatura do pacto do chamado Memorandum do Tejo, em Abril do 2013, por parte
do MAGRAMA e dos governos de Múrcia e Valencia, e a posterior incorporação de
seus conteúdos na citada Lei de Impacto Ambiental, de Dezembro de 2013, afetavam
de forma importantíssima ao planeamento e gestão da bacia do Tejo e portanto
deveriam submeter-se a processos de participação pública e integrar no processo
ordinário de planeamento hidrológico.
De forma paralela ao processo de planeamento
oficial, o Memorandum Tejo-Segura, as conclusões e propostas do Grupo de
Trabalho formado para o efeito e as modificações normativas que o dito pacto ia
implicar, foram mantidas em segredo, não se difundiram publicamente e furtaram-se
ao processo de planeamento e participação pública do novo Plano Hidrológico do
Tejo apesar de afetar a questões essenciais e legislação existente sobre o planeamento
e gestão do rio Tejo.
A 12 de Dezembro do 2013
publicou-se no BOE (depois de se aprovar pela via de urgência) a chamada Lei de
Avaliação Ambiental (LEIA) onde se incluiu, no último momento e no trâmite de
emendas, o regulamento derivado do citado pacto do Memorandum. Em Setembro de
2014, sem também ter-se submetido a qualquer avaliação ambiental, foi publicado
no BOE o Regulamento de desenvolvimento específico da dita Lei quanto à
determinação de excedentes transvasáveis desde o Tejo, que ademais fixou um
volume máximo arbitrário, que limita por decreto a água máxima que a
Confederação poderá deixar circular pelo leito natural do rio Tejo desde a sua
Cabeceira, algo sem comparação com nenhum outro rio de Espanha, com o que desejavam
as aspirações transvasistas do levante espanhol. No intervalo entre ambos, em Abril
do 2014, foi também aprovado um Plano de bacia do Tejo que ignorou a obrigação
legal de fixar um regime de volumes ecológicos no rio Tejo, com o objetivo de
não ter que desembalsar água desde a cabeceira para cumprir o mesmo, e para que
não se vissem afetados os excedentes fictícios que o aparato do Memorandum Tejo-Segura
considerava que deviam continuar a transvasar-se desde Entrepeñas e Buendía até
ao Segura.
Toda a normativa derivada do Memorandum e o processo seguido
para a aprovar, à margem do processo de planeamento oficial e público do novo
plano hidrológico da bacia do Tejo, supõem uma violação flagrante e deliberada
das normas europeias e estatais em matéria de águas, participação pública e
avaliação de impacto ambiental, bem como do Convénio de Aarhus.
A resposta da Defensora do Povo à nossa queixa dá-nos a
razão. Seria desejável que a sua opinião servisse para melhorar a gestão e planeamento
da bacia do Tejo, o rio mais longo da Península, com estabelecimento de um
regime de caudais ecológicos real, efetivo e cientificamente justificado, sem
excluir a cidades como Aranjuez, Toledo e Talavera de la Reina, e que permita,
de uma vez por todas, e sem mais armadilhas legislativas, cumprir os objetivos
de recuperação do bom estado ecológico das suas águas, espanholas e
portuguesas, conforme estabelece o Diretiva Quadro da Água.
Rede de Cidadania por uma Nova Cultura do Água no Tejo/Tajo
e seus Rios
Na bacia do Tejo, a 29 de Janeiro de 2015
MAIS INFORMAÇÃO
María
Ángeles López Lax – 609203099 – Advogada do caso.
Soledad
de la Llama – 617352354 – Coordenadora da Rede do Tejo.
Alejandro
Cano – 699497212 – Coordenador da Rede do Tejo.
Nota de Prensa
Red Ciudadana por una Nueva
Cultura del Agua en el Tajo/Tejo
La Defensora del Pueblo da la razón a los grupos ciudadanos en su
queja contra el Memorándum Tajo-Segura
La Red
Ciudadana por una Nueva Cultura del Agua en el Tajo/Tejo y sus ríos ha
recibido la contestación de la Defensora del Pueblo a la queja que presentaran
colectivos de esta Red ciudadana el 1 de octubre de 2013, en relación con el
Memorándum Tajo-Segura, y las irregularidades en su tramitación y posterior
incorporación a la Ley 21/2013 de evaluación ambiental.
La
respuesta de la Defensora del Pueblo confirma los argumentos de la denuncia ciudadana. En ella indica que el anteproyecto de ley,
en lo relativo a las modificaciones del trasvase Tajo-Segura y ventas de agua,
debía haberse sometido a participación pública, y a evaluación de impacto
ambiental, sin que fuera suficiente la tramitación parlamentaria dada a una
norma con rango legal. Considera que las reglas para la determinación de aguas
excedentarias o de explotación del trasvase forman parte de la planificación
ordinaria de la cuenca hidrográfica correspondiente, algo que esta Red
Ciudadana lleva exigiendo desde hace tiempo.
La Defensora del Pueblo también apunta a la posible inconstitucionalidad de la Ley de Evaluación Ambiental (Ley
21/2013), en lo relativo a la regulación derivada de los acuerdos del
Memorándum Tajo-Segura. El debate queda servido no sólo en el Tajo, sino en
otras comunidades por la extrapolación que de las reglas derivadas de la citada
ley (esencialmente en lo relativo a mercados de agua) se puede hacer en la gestión
de ríos en otras demarcaciones.
Información adicional
El 1 de
octubre del 2013, tras haber finalizado el periodo de información pública del
Plan Hidrológico de la parte española de la Demarcación el Tajo, miembros y
colectivos españoles y portugueses de la Red Ciudadana por una Nueva Cultura
del Agua en el Tajo/Tejo y sus ríos presentamos peticiones de acceso a la
información ante el MAGRAMA, para
conocer el contenido del Memorándum y los informes y estudios que dieron lugar al
mismo o se derivasen de él. El MAGRAMA hizo oídos sordos y ello motivó que la
Red presentara una queja a la Defensora del Pueblo, solicitando su
intervención.
En la queja se argumentaba que la firma del pacto
del llamado Memorándum del Tajo en abril del 2013 por parte del MAGRAMA y los
gobiernos de Murcia y Valencia, y la posterior incorporación de sus contenidos
en la citada Ley de Impacto Ambiental de diciembre de 2013, afectaban de forma muy importante a la planificación y
gestión de la cuenca del Tajo y por lo tanto deberían someterse a procesos de
participación pública e integrarse en el proceso ordinario de planificación
hidrológica.
De forma paralela al proceso de planificación oficial, el Memorándum
Tajo-Segura, las conclusiones y propuestas del Grupo de Trabajo formado al
efecto y las modificaciones normativas que dicho pacto iba a conllevar, se
mantuvieron en secreto, no se difundieron públicamente y se hurtaron al proceso
de planificación y participación pública del nuevo Plan Hidrológico del Tajo a
pesar de afectar a cuestiones esenciales y legislación existente sobre la
planificación y gestión del río Tajo.
El 12 de Diciembre del 2013 se publicó en el BOE (tras aprobarse por
la vía de urgencia) la llamada Ley de Evaluación Ambiental (LEA) donde se incluyó,
en el último momento y en el trámite de enmiendas, la normativa derivada del citado
pacto del Memorándum. En septiembre del 2014, sin haberse sometido tampoco a
evaluación ambiental alguna, se publicó en el BOE el Reglamento de desarrollo
específico de dicha Ley en cuanto a la determinación de excedentes trasvasables
desde el Tajo, que además fijó un caudal máximo arbitrario, que limita por
decreto el agua máxima que la Confederación podrá dejar circular por el cauce
natural del río Tajo desde su Cabecera, algo sin parangón en ningún otro río de
España, con lo que culminaban las aspiraciones trasvasistas del levante
español. En el intervalo entre ambos, en abril del 2014 quedó también
aprobado un Plan de cuenca del Tajo que omitió la obligación legal de fijar un
régimen de caudales ecológicos en el río Tajo, con el objeto de no tener que
desembalsar agua desde la cabecera para cumplir el mismo, y para que no se
vieran afectados los excedentes ficticios que el aparataje del Memorándum
Tajo-Segura consideraba que debían seguirse trasvasando desde Entrepeñas y
Buendía hasta el Segura.
Toda la normativa derivada del Memorándum y el proceso seguido para
aprobarla, al margen del proceso de planificación oficial y público del nuevo
plan hidrológico de la cuenca del Tajo, suponen una vulneración flagrante y
deliberada de la normativa europea y estatal en materia de aguas, participación
pública y evaluación de impacto ambiental, así como el Convenio de Aarhus.
La
contestación de la Defensora del Pueblo a nuestra queja nos da la razón. Sería deseable que su opinión sirviera para mejorar la gestión y planificación de la cuenca del
Tajo, el río más largo de la Península,
con establecimiento de un régimen
de caudales ecológicos real, efectivo y científicamente justificado, sin excluir a ciudades
como Aranjuez, Toledo y Talavera de la Reina, y que permita, de una vez por todas, y sin más trampas legislativas,
cumplir los objetivos de recuperación del buen estado ecológico de sus aguas,
españolas y portuguesas, conforme establece la Directiva Marco del Agua.
Red Ciudadana por una Nueva Cultura del Agua en
el Tajo/Tejo y sus Ríos
En la
cuenca del Tajo, a 29 de enero de 2015
MÁS INFORMACIÓN
María
Ángeles López Lax – 609203099 – Abogada del caso.
Soledad
de la Llama – 617352354 – Coordinadora de
la Red del Tajo.
Alejandro
Cano – 699497212 – Coordinador de la Red del Tajo.
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