Somos um movimento de cidadania em defesa do Tejo denominado "Movimento Pelo Tejo" (abreviadamente proTEJO) que congrega todos os cidadãos e organizações da bacia do TEJO em Portugal, trocando experiências e informação, para que se consolidem e amplifiquem as distintas actuações de organização e mobilização social.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

NOVO LOGÓTIPO DA REDE DO TEJO

A Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água no Tajo/Tejo e seus afluentes ou, simplificadamente, Rede do Tejo ou Red del Tajo, é uma rede que visa ligar as diversas comunidades da bacia do Tejo, congregando todas as organizações e os cidadãos da referida Bacia, trocando experiências e informação, para que se consolidem e amplifiquem as distintas actuações de organização e mobilização social.
A ideia desta plataforma surgiu nas Jornadas "Por um Tejo Vivo", celebradas em Talavera de la Reina (Toledo) nos dias 20 a 22 de Abril de 2007. Nela se inscreveram grupos e movimentos de cidadãos da bacia do Tejo, desde a nascente até à foz em Portugal.
Objectivos:
Caudais ecológicos verdadeiros e efectivos: Com base em estudos relevantes, que sejam capazes de manter e restaurar a vida no rio e seus afluentes
Qualidade: Implementação de todos os instrumentos e medidas para erradicar a poluição urbana proveniente de núcleos urbanos, como de efluentes difusos, sem esquecer o impacto negativo que a redução drástica dos caudais têm na manutenção da qualidade da água.
Prevenção, valorização e restauro do património cultural e ambiental ligado aos rios da bacia, para além de realizar acções para garantir a qualidade e quantidade da água do rio e seus afluentes.
Resultado do concurso para a concepção
do novo logótipo da Rede do Tejo
LOGÓTIPO VENCEDOR

Versão Portuguesa                                         Versão Espanhola
O rio vive quando em movimento, quando “ é livre", sem ser estancado por barragens, e quando não o poluem. Com este logo quer-se transmitir a vida, movimento e pureza através de uma imagem dinâmica, com movimento, cores puras e vivas da água (azul), além disso é uma imagem que nos inspira a água, como uma poça de água, um rio movimento, uma corrente...
A tipografia é simples, em sans-serif e algo redonda, que inspira modernidade, limpeza, simplicidade, e que cria um logótipo moderno. A palavra "Tejo" tem a mesma cor que a imagem, uma vez que esta palavra se refere ao próprio rio que é água, para fazer uma referência directa e clara, no entanto, para a diferenciar do resto do logótipo, a tipografia é de outra cor azul mais escura.
FINALISTAS
    Verónica Martín Hernández                        Paulo Passos 
A imagem do símbolo do logótipo representa
a vida do Tejo. Tento transmitir através de
formas simples, tais como três gotas de agua,
a importânciado rio e que devemos protegê-lo
para o bem do nosso futuro.
Estas três gotas de uma forma simbólica de
uma pessoa (simbolizando a vida) que nos
cumprimenta e ao mesmotempo nos chama
para que o ajudemos a conseguir um
Tejo limpo e seguro.
SEMIFINALISTAS
      Pedro Regadas                          Ana Valente      
              http://pedroregadas.frequale.com/
A imagem gráfica representa a união de duas formas. As formas diagonais e com movimento representam a natureza e a água. Ambos as partes se cruzam e se sobrepõem para criar uma unidade. 
O logótipo representa os valores de união, defesa e força que a plataforma "Rede do Tejo” pretende transmitir aos cidadãos.
A todos os participantes, os nossos mais sinceros agradecimentos.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

FESTA DA ÁGUA DO TEJO - 25 DE SETEMBRO DE 2010 - VILA NOVA DA BARQUINHA

A "FESTA DA ÁGUA DO TEJO" irá realizar-se dia 25 de Setembro de 2010, em Vila Nova da Barquinha, por iniciativa do proTEJO - Movimento Pelo Tejo, da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha e da Rede de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo, contando com o apoio da EcoCartaxo e da United Photo Press.
Apesar dos passos dados na consciencialização da população da bacia do Tejo, e mesmo nacional, para a reflexão sobre as questões da gestão da água, e na sua participação no movimento de cidadania em defesa do Tejo, ficamos sempre com a sensação de que é necessário fazer mais e melhor.
Fazer mais sensibilizando e envolvendo as populações para os problemas do rio Tejo e seus afluentes, fazer melhor envolvendo a comunidade académica e científica na procura das melhores soluções para as imensas pressões e sobre exploração a que este rio se encontra sujeito.
Esta é a razão de ser da Festa da Água do Tejo, a realizar a 25 de Setembro em Vila Nova da Barquinha, que pretende conjugar uma vertente científica e lúdica envolvendo simultaneamente no desígnio de “proteger o rio, preservar a água” a criação cultural das populações locais no domínio da fotografia, pintura, poesia e musica, e os contributos das soluções identificadas pela comunidade académica e científica.
O sucesso em alcançar este desígnio depende da participação das populações locais, da comunidade académica e científica e dos governantes locais e nacionais, mas acima de tudo daqueles que gostam e que vivem os seus rios todos os dias.
A Festa da Água do Tejo é portanto o nosso contributo para transmitir às populações locais o conhecimento da verdade científica das soluções para os problemas do rio Tejo.
As expectativas são que a FESTA DA ÁGUA DO TEJO seja um sucesso visto que sentimos já uma grande aderência da população e da comunidade cientifica ao evento que foi programado que inclui as jornadas cientificas, ateliê de pintura, concurso de fotografia, poesia e música em estreita ligação com o rio Tejo.
As jornadas cientificas integram as principais personalidades que conhecem a bacia do Tejo e que podem contribuir para uma reflexão e discussão sobre os seus problemas e as medidas para os resolver, que ocorrerá numa mesa redonda de duas horas após a exposição dos painéis sobre sedimentação, poluição, requalificação e sobre - exploração da água do Tejo.
Os fotógrafos viraram a sua objectiva para o rio Tejo e participaram com grande entusiasmo neste 1º Concurso de Fotografia proTEJO "Proteger o rio, preservar a água", estando a concorrer 28 fotógrafos com 84 fotografias sobre este tema.
O Júri do concurso reunido no dia 19 de Setembro de 2010 decidiu atribuir 8 prémios e 1 menção honrosa a uma das melhores fotografias a concurso, mas não sendo directa no tema solicitado.
O concurso tem como principal objectivo a busca valorativa da fotografia enquanto forma de expressão artística e estímulo da criatividade daqueles que se dedicam ao prazer de captar imagens, bem como sensibilizar a população para as questões ambientais associadas ao rio Tejo e seus afluentes.
Decorreu no dia 18 de Setembro, o ateliê de pintura contando com cerca de 17 pintores que executaram as suas obras sobre o rio Tejo à beira-rio, com uma interessante interacção com a população local, e no dia 19 de Setembro uma sessão de acabamentos em ateliê aberto ao público.
As expectativas para a festa são assim boas e esperemos que as populações ribeirinhas festejem connosco.

Cartaz Internet e Impressão PARTE A / PARTE B

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA DO 1º CONCURSO DE FOTOGRAFIA proTEJO

O concurso tem como principal objectivo a busca valorativa da fotografia enquanto forma de expressão artística e estímulo da criatividade daqueles que se dedicam ao prazer de captar imagens, bem como sensibilizar a população para as questões ambientais associadas ao rio Tejo e seus afluentes.
Os fotógrafos viraram a sua objectiva para o rio Tejo e participaram com grande entusiasmo neste 1º Concurso de Fotografia proTEJO "Proteger o rio, preservar a água", estando a concorrer 23 fotógrafos sob 27 pseudónimos e 81 fotografias sobre este tema.
O Júri do concurso reunido no dia 19 de Setembro de 2010 decidiu atribuir 8 prémios e 1 menção honrosa a uma das melhores fotografias a concurso, mas não sendo directa no tema solicitado.
Venham conhecer os vencedores e ver esta excelente exposição que será inaugurada pelas 18 horas na FESTA DA ÁGUA DO TEJO - 25 DE SETEMBRO DE 2010 - VILA NOVA DA BARQUINHA.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ORIENTAÇÕES DA MINISTRA DO AMBIENTE NÃO VINGAM NA COMISSÃO DE APLICAÇÃO DA CONVENÇÃO DE ALBUFEIRA

De acordo com o Jornal Público de hoje, o presidente do Instituto Nacional da Água (Inag) acha que o défice de entrada de água do Tejo em Portugal registado no ano hidrológico de 2008/2009 já é uma questão ultrapassada e que a "compensação" devida e assumida por Espanha na prática já aconteceu com "caudais francamente superiores" ao exigido ao longo do último ano.
O proTEJO não concorda com o Presidente do INAG, Orlando Borges, que a própria Ministra do Ambiente referiu em entrevista ao Jornal de Notícias, de 4 de Janeiro de 2010, que no acompanhamento da Convenção, leia-se na CADC, "Foi abordada a reposição dos caudais. Ela terá de ser feita de acordo com as nossas necessidades. Não é nas alturas em que corremos o risco de ter cheia.".
Surpreendem-nos que as declarações do Presidente do INAG contrariem as orientações políticas que a ministra afirmou terem sido foram expressas na CADC, e apenas alguma falta de comunicação no ministério do ambiente pode justificar que o presidente do INAG venha agora afirmar que "a compensação pelos volumes de caudal não cumpridos em 2008/2009 carece apenas de uma "formalização" porque, na prática, no último Inverno já entraram em Portugal volumes muito superiores ao exigido" e mais ainda o facto de ter aceite essa compensação como válida porque "considera que a compensação já existiu."
Esperemos que a Senhora Ministra do Ambiente ainda consiga que a CADC faça cumprir as suas orientações e que a haver reposição de água que seja durante os meses em que faz falta, ou seja, teria sido nos meses da época mais seca como foram os meses de Julho e de Agosto deste ano quanto aos quais duvidamos do efectivo cumprimento dos caudais semanais e trimestrais tal como o Público já noticiou de acordo com a nossa nota de imprensa onde referimos que o Castelo de Almourol tinha deixado de ser uma ilha.

Apesar de considerarmos que não é aceitável que os prejuízos ambientais, culturais e sociais causados às comunidades ribeirinhas, pelo incumprimento do regime de caudais definido no Convénio, sejam compensados com uma simples reposição da água em falta, a ser realizada deveria sê-lo portanto nos meses de Junho a Setembro de 2011, uma vez que não o foi no corrente ano.
Neste domínio o Governo Português deveria ainda exigir que a CADC, que supervisiona a convenção de Albufeira, estabelecesse medidas de antecipação ou indemnização dos utilizadores que foram afectados por secas ou penalizados por políticas que beneficiaram outros actores interessados, conjugando medidas monetárias, desincentivadoras de comportamentos prejudiciais, e não – monetárias, promotoras da recuperação dos danos causados.
Lamentamos que o governo português ainda não tenha tido coragem para exigir igual responsabilização de Espanha pelo incumprimento dos caudais mínimos no rio Tejo como o fez num anterior incumprimento no rio Douro, tendo as autoridades espanholas declarado, após uma reunião da Comissão da Convenção, que a compensação foi satisfeita com reposição de água durante os fartos meses de inverno.
Mas não esqueçamos que o rio Tejo não precisa de reposição de água nem de compensações, mas sim de caudais permanentes que permitam a preservação dos ecossistemas ribeirinhos, a sobrevivência das actividades económicas ligadas ao rio, e a vivência das populações ribeirinhas em comunhão com os seus rios, recuperando os laços culturais que as ligavam.
Estes caudais devem ser estudados e definidos no âmbito planeamento da gestão da bacia hidrográfica do Tejo, com participação pública e transparência, conforme estabelecido na Directiva Quadro da Água.
Por outro lado, não podemos deixar de referir que o incumprimento da Convenção de Albufeira tem vindo a ocorrer de forma recorrente, ao contrário do que vem sendo veiculado pelo Ministério do Ambiente, visto que o ano hidrológico de 2008/2009 não foi o primeiro ano de incumprimento do regime de caudais ecológicos da Convenção de Albufeira.
Tendo analisado a informação oficial disponível, da CADC e do SNIRH, concluímos que desde 2004 ocorreram 3 anos de incumprimento quase consecutivo dos caudais mínimos ecológicos definidos na Convenção de Albufeira por parte do Governo Espanhol, de 2700 hm3 por ano, nos anos hidrológicos de 2004/05, 2005/06 e 2008/09.
Estes anos são precisamente aqueles em que se registaram maiores volumes de água enviada pelo transvase Tejo Segura para a bacia do Segura e cuja consequência foi, em última instância, influenciar a qualidade da água na praia fluvial do Alamal que ganhou a bandeira azul no ano de 2005 e nos anos seguintes tem vindo a alternar anos em que perdeu a bandeira azul (2006, 2008 não hasteada e 2009) com anos em que recupera a bandeira azul (2007 e 2010).
Note-se que apenas o ano hidrológico de 2004/05 foi considerado abrangido pela situação de excepção por motivo de seca.
Apesar da Comissão para Aplicação da Convenção de Albufeira (CADC) ter assumido o cumprimento da convenção no seu relatório hidrometereológico do ano hidrológico de 2005/06 com o registo de escoamento de um caudal de 2.779 hm3 na Barragem de Cedilho apurámos a passagem de igual quantidade de caudal de 2.779 hm3 na Barragem do Fratel, de acordo com a medição do boletim de escoamento de caudal na barragem do Fratel publicado pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (Boletim de Escoamento/SNIRH) do INAG, sendo ambos os documentos da responsabilidade da Autoridade da Água – INAG cujo presidente Orlando Borges é também vice-presidente da mesma CADC.
Esta medição de escoamento na barragem de Cedilho apenas poderia estar correcta se os afluentes do Tejo em nada tivessem contribuído para o caudal do rio Tejo entre as barragens de Cedilho e Fratel.
Estranhando o facto e começando a fazer contas concluímos que, desde 2004 a 2009, foi de 144 hm3 o diferencial médio anual de escoamento de caudal entre a barragem do Fratel e a Barragem de Cedilho.
Também o presidente do INAG, Orlando Borges, observou publicamente numa apresentação (pág. 8) que o escoamento na barragem de Fratel corresponde a mais 200 hm3 de água que o volume de escoamento na barragem de Cedilho.
É óbvia a falta de fiabilidade dos dados oficiais: ou está incorrecto o relatório hidrometereológico da CADC ou o boletim de escoamento da Barragem do Fratel, obtido pelo Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos do INAG.
Com efeito, não é verosímil que o cálculo do escoamento na barragem de Cedilho de 2.779 hm3 apurado pela Comissão para a Aplicação e o Desenvolvimento da Convenção (CADC) no seu relatório hidrometeorológico do ano hidrológico de 2005/06 seja igual ao escoamento registado na barragem do Fratel de 2.779 hm3, de acordo com Boletim de Escoamento do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos / INAG, nem que ao fim de 5 anos o INAG não tivesse notado esta incoerência na informação que disponibiliza.
Acreditando na medição obtida na barragem do Fratel, único ponto de medição de caudais sob controlo das autoridades portuguesas, conclui-se que no ano hidrológico de 2005/06 ocorreu um incumprimento da Convenção de Albufeira de cerca de 65 hm3 que corresponde a 2.635 hm3 de escoamento da Barragem de Cedilho calculado pelo abatimento de 144 hm3 de entradas médias de caudal entre as barragens de Cedilho e Fratel aos 2.779 hm3 de escoamento registado na barragem do Fratel (Boletim de Escoamento/ SNIRH/INAG).
Estes 65 hm3 em falta nesse ano significam cerca de 1/3 da fornecida pela EPAL à Grande Lisboa (211 hm3), tal como os 380 hm3 em falta no ano de 2008/09 é o mesmo volume de água que consome a Grande Lisboa e o Grande Porto.
Assim, deveriam ser revistas os volumes de caudais a serem compensados bem como o método de compensação para que os incumprimentos da Convenção de Albufeira não sejam aliciantes e não se repitam, procedimento que deverá ser também previsto nos regimes de caudais ambientais que venham a ser definidos nos futuros Planos de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo.

Inag diz que Espanha não deve água a Portugal
20.09.2010
Jorge Talixa
Movimento ProTejo não concorda com presidente do Instituto da Água e diz que compensação da água em falta deveria ser feita entre Junho e Setembro de 2011.
O presidente do Instituto Nacional da Água (Inag) acha que o défice de entrada de água do Tejo em Portugal registado no ano hidrológico de 2008/2009 já é uma questão ultrapassada e que a "compensação" devida e assumida por Espanha na prática já aconteceu com "caudais francamente superiores" ao exigido ao longo do último ano. O movimento ProTejo não está de acordo com a ideia de Orlando Borges, frisando que as compensações devem ocorrer nos meses de Verão, que é quando essa água faz mais falta no Tejo português. E sustenta que a opinião do dirigente do Inag contraria declarações da própria ministra do Ambiente.
O problema foi também abordado num requerimento de deputados do PSD, que questionaram a ministra Dulce Pássaro sobre os incumprimentos dos caudais mínimos previstos na Convenção de Albufeira por parte das autoridades espanholas e as medidas exigidas por Portugal.
Em resposta, o gabinete da ministra explica que, em Janeiro, a Comissão para Acompanhamento e Desenvolvimento da Convenção de Albufeira (CADC) aprovou o relatório hidrometeorológico do ano hidrológico de 2008/2009. Um documento que conclui que o ano foi muito seco e com índices de pluviosidade abaixo da média, mas que não se justificava uma declaração de situação de excepção na bacia do Tejo. Por isso, o caudal que entrou no Tejo português (2408 hectómetros cúbicos) corresponde apenas a 89 por cento do valor mínimo estabelecido e fixou-se que Espanha deveria compensar Portugal por cerca de 292 hectómetros cúbicos em falta. Ficou mesmo acordado que Espanha comunicaria a Portugal uma programação dos volumes de água a transferir até 30 de Setembro, para assegurar essa compensação.
Só que, durante o Verão que agora termina, o ProTejo alertou várias vezes para os escassos caudais do Tejo. E exemplificou que o Castelo de Almourol deixara de estar numa ilha, tal era a falta de água naquela zona.
O presidente do Inag disse ao PÚBLICO que está marcada para breve uma reunião técnica de acompanhamento da aplicação da CADC. "É quase um formalismo, porque os caudais que vieram este ano são francamente superiores ao que tinha que passar. É uma situação quase resolvida", diz.
Paulo Constantino, porta-voz do ProTejo, não compreende a conclusão de Orlando Borges, até porque, diz, a ministra Dulce Pássaro terá afirmado, em Janeiro passado, que a reposição de caudais "terá de ser feita de acordo com as nossas necessidades e não nas alturas em que corremos o risco de ter cheia". "Esperemos que a senhora ministra ainda consiga que a CADC faça cumprir as suas orientações e que a haver reposição de água seja durante os meses em que faz falta." A compensação da água em falta devia ser feita entre os meses de Junho e Setembro de 2011, "uma vez que não o foi no corrente ano" e o Governo deveria exigir medidas de indemnização dos utilizadores afectados.

sábado, 18 de setembro de 2010

PINTURA À BEIRA DO RIO TEJO

Decorreu hoje, 18 de Setembro, o ateliê de pintura contando com 17 pintores que executaram as suas obras sobre o rio Tejo à beira-rio, com uma interessante interacção com a população local, e está programado no dia 19 de Setembro realizarem-se os acabamentos em ateliê aberto ao público.
As pinturas serão expostas conjuntamente com as fotografias de 28 concorrentes ao concurso do proTEJO, no dia 25 de Setembro, sendo inaugurada a exposição pelas 18 horas na galeria do Centro Cultural da Barquinha, após as Jornadas Cientificas que decorrem durante o dia entre as 9h 30 m e 17 horas.
A noite começa às 21h00 com "Vogar entre palavras" uma tertúlia poética, grupo folclórico "Os Pescadores de Tancos" e o duo "ARREGAITA".
Agradecemos a todos os pintores que estiveram presentes:
Sílvia (Marieta)
Carlos Antunes
Eugénio Maia
Amélia Pinheiro
Jorge Pinheiro
Ana Freitas
Irene Galamba
Alexandrino Santos
Isabel Fonseca
Carlos Vicente
Isilda Vaz
Esperança Santos
Jacinto Santos
Domingos Simões
Maria Odete
Elsa Marques
Jorge Fonseca

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

AZAMBUJA FORMALIZOU ADESÃO E ACORDA PARCERIA NO EVENTO IBÉRICO "V JORNADAS POR UM TEJO VIVO"

O município de Azambuja já formalizou a sua adesão ao proTEJO e acordou a realização do evento ibérico “V Jornadas Por Um Tejo Vivo” de 13 e 15 de Maio de 2011, no Concelho de Azambuja, em resultado das negociações comunicadas pelo jornal "O Mirante".
As V Jornadas “Por Um Tejo Vivo” serão realizadas em Portugal, pela primeira vez, de 13 a 15 de Maio de 2011, acolhendo como participantes os representantes de mais de 100 organizações de cidadãos e ecologistas de Espanha e Portugal, reunidas na Rede de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água no Tejo/Tajo.
Será um momento crucial para o Tejo/ Tajo e seus afluentes visto que em 2011 serão finalizados e publicados os Planos de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo, em Portugal e em Espanha, que contêm as directrizes de gestão e utilização da bacia do Tejo até 2015.
Este plano inclui temas chave como o regime de caudais ambientais, os objectivos quanto ao estado ecológico das águas, as procuras em cada subsistem da bacia em função dos usos identificados, as medidas para alcançar os objectivos estabelecidos, etc.
Os processos de participação pública no novo plano da bacia têm sido insuficientes e importa destacar as pressões existentes para a manutenção dos transvases da bacia do Tejo para a bacia do Segura e Guadiana, assim como o estudo da viabilidade de novos transvases a realizar desde a Estremadura no Médio Tejo espanhol, que condicionam a gestão do rio.
Por tudo isto as V Jornadas Por Um Tejo Vivo apresentam-se como uma oportunidade única para que os cidadãos do Tejo / Tajo analisem conjuntamente os novos Planos de Gestão da Região Hidrográfica avaliando a forma como abordam os problemas que existem no rio Tejo/ Tajo e seus afluentes e elaborem propostas sólidas de alternativas de gestão que permitam a recuperação do rio e dos seus territórios.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

AS COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO TEJO - CRÓNICA "CÁ POR CAUSAS" JORNAL A BARCA - 9 DE SETEMBRO DE 2010

A palavra "ribeirinho" é derivada do latim Ripa, significando ribeira, e em bom português significa todo aquele que vive ou anda pelos rios ou ribeiras ou que mora próximo de um rio ou ribeira.
As comunidades ribeirinhas integravam todos aqueles cujo modo de vida se ligava ao rio, sendo guarda-rios, pescadores, marítimos, catraieiros, barqueiros, areeiros, calafates, lavadeiras, aguadeiros, entre outros, bem como os que viviam nas povoações ribeirinhas como artesões, agricultores, ganadeiros e comerciantes ligados às rotas fluviais de transporte de mercadorias.
Os rios que outrora foram centro desta forte actividade humana têm vindo a ser abandonados ao longo das últimas décadas face à evolução demográfica e à transformação dos modos de produção nos processos de industrialização e terciarização da economia, como a substituição do transporte fluvial pelo transporte ferroviário, transformaram os modos de vida e criaram novas profissões localizadas em aglomerados urbanos de maior dimensão.
A concentração urbana, a construção de barragens para produção de energia hidroeléctrica com a subjacente regularização das cheias e a passagem a uma agricultura intensiva aumentaram a pressão sobre a utilização das águas dos rios para consumo, irrigação e produção.
Em paralelo acentuou-se a contaminação da água face a estes usos, nomeadamente, pelos nutrientes dos fertilizantes da agricultura intensiva e descargas de águas residuais sem tratamento.
Juntemos ainda uma forte especulação imobiliária, com projectos polémicos do ponto de vista da qualidade do ambiente cuja decisão tem vindo a ser tomada à margem das comunidades ribeirinhas, dos cidadãos e mesmo do poder local.
As comunidades ribeirinhas foram assim virando as costas aos rios e são raros os casos em que foram chamadas a participar na discussão de soluções alternativas, promovendo-se a cidadania e a participação pública enquanto factores chave do seu envolvimento na conservação dos rios e ribeiras.
No rio Tejo, actualmente as actividades mais dinâmicas são a pesca e a náutica, subdividindo-se ambas em desportivas ou tradicionais, mas enquanto as primeiras florescem fruto do seu carácter lúdico, as segundas tendem a esfumar-se com o desaparecimento dos últimos pescadores, mestres e calafates portadores dos velhos saberes e das antigas memórias.
O apelo a lançar às comunidades ribeirinhas para que voltem ao rio passa pela integração do desportivo/lúdico com o tradicional, que permita transmitir a sua antiga cultura e artes em eventos que satisfazem e dão a conhecer.
Mas não só, deve-se também apelar à sua participação pública nas decisões de desenvolvimento local, nos planos estratégicos e de gestão hidrográfica, permitindo que se envolvam na escolha das melhores soluções de desenvolvimento local e de gestão integrada dos recursos hídricos.
Será a existência de comunidades ribeirinhas dinâmicas, preservando activamente o património cultural e ecológico, que permitirá, no futuro, potenciar o desenvolvimento de outras actividades económicas, como o turismo local, de natureza e cultural, actividade em crescimento em toda a Europa.
Mas a cultura e artes tradicionais destas comunidades já esperaram demais e correm o risco de se extinguirem se não forem estimuladas e registadas as memórias dos seus modos de vida e das suas técnicas de produção, sendo disto exemplo, a cultura avieira, a pesca tradicional na Ortiga e a profissão de calafate, que sentimos esvair-se por entre os dedos a cada dia que passa.
É já tempo de promover a união de esforços da administração, dos agentes económicos e culturais, e dos cidadãos da borda de água na definição de um projecto de preservação das comunidades ribeirinhas do Tejo, dos seus recursos culturais e ecológicos.
O Tejo merece!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

AREEIROS DE "PINHAL" PREJUDICAM GRAVEMENTE O AMBIENTE COM CONDIÇÕES PREVILEGIADAS DE CONCORRÊNCIA

A Associação do Areeiros para a Conservação do Rio Tejo tem vindo a afirmar que os areiros de "pinhal" (pedreiras) têm condições legais de exploração, entre as quais o não pagamento de taxas pelos inertes extraídos, que configuram uma situação de concorrência desleal.
Além disso, as Juntas de Freguesia detectam agora que existem outros problemas ambientais causados pela abertura de crateras onde se depositam resíduos perigosos e que dão origem a charcas que acumulam águas pluviais com perigo para os cidadãos, bem como a poluição de linhas de água.
Ainda sem qualquer acção por parte dos decisores políticos, esta situação já foi denunciada pelo proTEJO e pela Associação dos Areeiros, nomeadamente, junto da Comissão Parlamentar do Ambiente e da Secretaria de Estado do Ambiente.
Já era tempo dos eleitos locais começarem a denunciar a situação e a exigir a intervenção da Administração e do Governo.
Bem hajam as Juntas que olham pelos seus Fregueses.