Somos um movimento de cidadania em defesa do Tejo denominado "Movimento Pelo Tejo" (abreviadamente proTEJO) que congrega todos os cidadãos e organizações da bacia do TEJO em Portugal, trocando experiências e informação, para que se consolidem e amplifiquem as distintas actuações de organização e mobilização social.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

O Movimento proTEJO apresentou o seu parecer de “Sugestão” na consulta pública sobre o Novo Armazém Temporário Individualizado no sentido de ser minimizado o risco do desmantelamento da central nuclear de Almaraz, bem como do armazenamento dos seus resíduos

Nota de Imprensa

12 de setembro de 2024

“O Movimento proTEJO apresentou o seu parecer de “Sugestão” na consulta pública sobre o Novo Armazém Temporário Individualizado no sentido de ser minimizado o risco do desmantelamento da central nuclear de Almaraz, bem como do armazenamento dos seus resíduos

O proTEJO – Movimento pelo Tejo, face ao risco de acidente nuclear e de contaminação radioativa das águas da bacia do Tejo, sempre defendeu o imediato desmantelamento da Central Nuclear de Almaraz, a central nuclear mais próxima da fronteira Portuguesa, que se encontra situada a apenas 100 km da fronteira com Portugal na Comunidade Autónoma da Extremadura, junto ao Rio Tejo, tendo iniciado o seu funcionamento em 1981 (um reator - Almaraz I, com uma potência de 1.049,43 MW e o segundo em 1983 - Almaraz II, com uma potência de 1.044,45 MW).

Neste sentido o Movimento proTEJO apresentou o seu parecer de “Sugestão” na consulta pública do Novo Armazém Temporário Individualizado (ATI100) da Central Nuclear de Almaraz (Cáceres) - ESPANHA, no sentido de que seja minimizado o risco do desmantelamento da central nuclear de Almaraz, bem como do armazenamento dos seus resíduos.

A maioria dos problemas que hoje são apontados como causadores das inúmeras disfuncionalidades ecológicas que põem em causa a sobrevivência de um número crescente de espécies incluindo a humana, assenta sobretudo na escolha das tecnologias da era moderna.

Historicamente essas escolhas refletem o carácter leviano que predispõe o ser humano a jogar jogos de poder, descurando o princípio da precaução e aventurando-se a acumular incúria ao potencial dos riscos incontornáveis conhecidos e desconhecidos.

No caso do nuclear essa leviandade e incúria atingem o seu pico, primeiro na escolha e depois nas práticas inerentes à produção do combustível, da energia e da gestão de resíduos.

Apontar para não menos de 75 anos para implementação da “solução definitiva” do Armazenamento Geológico Profundo (AGP) continua a exibir este mesmo selo de incúria e leviandade.

Tudo isto é vago, mas os riscos reais conhecidos ligados a esta tecnologia não o são.

Se acrescentarmos a estes os riscos desconhecidos diretos e indiretos muito presumivelmente alavancados sob os efeitos das alterações climáticas, facilmente podemos antever para este novo Armazém Temporário Individualizado (ATI) questões ligadas a uma dificuldade crescente no abastecimento de água para arrefecimento e a problemas em devolver, a cada momento, essa água ao Tejo a uma temperatura adequada durante, pelo menos, os próximos 75 anos.

Nesse sentido, o Movimento proTEJO sugeriu que tudo seja feito para antecipar a construção do AGP e garantir que não haja espaço para, “por algum acaso do absurdo“, prolongar a vida dos dois reatores de Almaraz para além do prazo previsto.

O desmantelamento da central é um processo longo e complexo, sendo que a sua conclusão não encerra o assunto dos riscos potencialmente graves que persistirão por muitos e longos anos.

Atendendo a que Portugal não optou pelo nuclear entendemos que o processo deverá ser objeto da maior transparência quanto à monitorização e divulgação da informação, devendo prever-se uma Comissão de Acompanhamento que inclua técnicos da Agência Portuguesa do Ambiente.

Bacia do Tejo, 12 de setembro de 2024

Os Porta-Vozes do proTEJO,

Ana Silva e Paulo Constantino


terça-feira, 10 de setembro de 2024

Carta aberta ao Ministério do Ambiente e Energia sobre o "Acordo ibérico de Portugal e Espanha para a gestão dos recursos hídricos transfronteiriços"

Carta aberta ao Ministério do Ambiente e Energia

"Acordo ibérico de Portugal e Espanha para a 

gestão dos recursos hídricos transfronteiriços"

10 de setembro de 2024


Exma. Senhora Ministra do Ambiente e Energia, Prof.ª Doutora Maria da Graça Carvalho,

No âmbito do processo de negociação com Espanha para a gestão dos recursos hídricos transfronteiriços, sobretudo os relacionados com o Rio Tejo e o Rio Guadiana, dirigimo-nos a V. Exa. para manifestar o nosso interesse relativamente às negociações e solicitar a divulgação pública daqueles que serão os termos gerais do acordo cuja formalização, segundo tem sido amplamente divulgado, estará prevista para o próximo dia 26 de setembro.

Este acordo terá implicações profundas para a sustentabilidade ambiental e a equidade na distribuição de água e, em vista da sua importância, é crucial que os termos sejam tornados públicos antes da assinatura, a fim de garantir um processo transparente, dando a oportunidade de uma resposta informada e atempada da sociedade civil.

A história dos acordos internacionais em temas ambientais demonstra a importância da transparência para a eficácia e aceitação desses acordos pelo que, a publicação antecipada dos termos permitirá uma análise detalhada e uma discussão aberta, garantindo que o acordo seja justo e atenda aos princípios de sustentabilidade e equidade. Além disso, a transparência fortalecerá a confiança pública nas instituições e nas decisões tomadas, refletindo um compromisso para com a boa governação e a responsabilidade ambiental.

Na mesma medida, a definição da política nacional para a água não deve voltar a dispensar uma participação pública efetiva, sobretudo dado o interesse expresso pelas organizações da sociedade civil, já manifestado na carta aberta enviada em junho de 2023 à então Ministra da Agricultura e da Alimentação.[1]

Se entendemos a água como um bem comum, as políticas da água não podem ser definidas por um grupo restrito de atores, ficando a restante sociedade sujeita às consequências destas políticas. São particularmente relevantes as decisões relativas aos rios Tejo e Guadiana, que estarão na base do atual processo de negociação,  como a gestão dos caudais libertados por Espanha no Tejo, a utilização da água de Alqueva na zona de fronteira e as captações que ambos os países pretendem sustentar no Rio Guadiana, junto à localidade do Pomarão. É também fundamental assegurar a participação de organizações da sociedade civil no grupo de trabalho “Água que Une”, criado pelo Despacho n.º 7821/2024 do Gabinete da Ministra do Ambiente e Energia e do Gabinete do Ministro da Agricultura e Pescas, ou, pelo menos, assegurar procedimentos de envolvimento contínuo destas organizações, assegurando uma participação efetiva e consequente.

As organizações e movimentos cívicos signatários desta carta, reiteram a necessidade de uma divulgação pública prévia dos termos que o Governo Português se prepara para validar, formando o acordo sobre a gestão transfronteiriça da água que está a ser negociado entre Portugal e Espanha, no respeito pelos princípios de um Estado de Direito Democrático e pela defesa da água enquanto bem comum. Também reivindicam a democratização do processo de definição da política nacional da água, assegurando uma participação efetiva da sociedade na construção do Plano Nacional da Água 2035 e demais instrumentos de planeamento e execução. 

SIGNATÁRIOS:

ACSA - Alimentar Cidades Sustentáveis - Associação

ADPM – Associação de Defesa do Património de Mértola

AEPGA – Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino

Alcácer P’lo Ambiente

Alentejo com Vida

ALMARGEM – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve

AMORA – Associação de Monitorização e Regeneração do Rio Almansor

ANIMAR – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local

ANPIWWF

Associação ALDEIA

Associação de Estudos do Alto Tejo

Associação Vegetariana Portuguesa

Associação PATO - Associação de Defesa do Paul de Tornada

Dunas Livres - Associação Dunas Livres

FAPAS - Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade

GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente

Juntos pelo Sudoeste - Movimento de Cidadãos de Aljezur e Odemira em Defesa do Sudoeste

LPN - Liga para a Protecção da Natureza

Movimento Alentejo VIVO

Movimento Ecologista do Vale de Santarém

Movimento Mondego Vivo

MovRioDouro

MUNDA - Movimento em Defesa do Rio Mondego

Oikos - Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria

OIKOS – Cooperação e Desenvolvimento

OnGaia - Associação de Defesa do Ambiente

Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural

PAS – Plataforma Água Sustentável

Plataforma contra la especulación urbanística y ambiental de Candeleda

proTEJO – Movimento Pelo TEJO

Project Earth

Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza

Sociedade Portuguesa de Estudos Rurais

SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves

SPECO – Sociedade Portuguesa de Ecologia

ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável

Zero Waste Lab – Associação ZEWALAB


[1] https://zero.ong/noticias/carta-aberta-ao-ministerio-da-agricultura-e-da-alimentacao/


quinta-feira, 4 de julho de 2024

O Movimento proTEJO apela à Senhora Ministra do Ambiente e da Energia que seja implementado um verdadeiro regime de caudais ecológicos no rio Tejo e não aceite a esmola de Espanha de caudais mínimos diários

Nota de Imprensa

4 de julho de 2024

“O Movimento proTEJO apela à Senhora Ministra do Ambiente e da Energia que seja implementado um verdadeiro regime de caudais ecológicos no rio Tejo e não aceite a esmola de Espanha de caudais mínimos diários”

O proTEJO – Movimento pelo Tejo considera que o rio Tejo precisa urgentemente de um verdadeiro regime de caudais ecológicos determinados por métodos científicos, que contribua para a conservação dos ecossistemas ribeirinhos e não os, hoje anunciados à comunicação social, caudais mínimos diários que a Senhora Ministra do Ambiente e Energia afirmou que iriam ser acrescidos aos caudais mínimos (não são ecológicos) semanais, trimestrais e anuais fixados, política e administrativamente, na Convenção de Albufeira.

Pedimos à Senhora Ministra do Ambiente e da Energia para não confundir os cidadãos portugueses com uma proposta de caudais mínimos diários, que, aliás, já tinha sido mal tentada pelos seus antecessores, que propunham a divisão dos atuais 7 hm3 de caudal mínimo semanal pelos 7 dias das semanas, ou seja, 1 hm3 por dia a serem largados  à hora que muito bem desejasse a concessionária hidroelétrica espanhola.

Este conceito repete a formula absurda acordada  em 2017, entre o Governo português e  a concessionária hidroelétrica EDP que fixou um caudal mínimo diário na barragem de Belver de cerca de 0,864 hm3[1] que se alcançava turbinando 30 m3/s de água em dois períodos de 4 horas, sendo que durante as restantes 16 horas do dia podem manter-se caudais nulos, demonstrando-se assim que um caudal diário não é um verdadeiro caudal ecológico, contínuo e instantâneo, mas apenas  um caudal mínimo com o objetivo de servir principalmente a produção de energia.

Tememos o arrastar de uma situação de submissão exclusiva aos interesses economicistas em detrimento do primordial interesse de todos, que urge passar por uma ação dirigida para contrariar o crescendo de disfuncionalidades observadas nos ecossistemas pondo em causa a sobrevivência.

Assim, reivindicamos que a Senhora Ministra do Ambiente e da Energia contribua para inverter esta passividade intolerável exigindo a implementação de um regime de caudais ecológicos que adote o conceito de regime de caudais ecológicos atualmente em vigor e muito bem estabelecido no Plano Nacional da Água 2002, como sendo o:

“regime de caudais necessário para garantir o bom estado das águas, no sentido de minimizar os impactes sobre os ecossistemas dulçaquícolas a jusante dos aproveitamentos hidráulicos, que permitam assegurar: a conservação e manutenção dos ecossistemas aquáticos naturais; a reprodução das espécies; a conservação e manutenção dos ecossistemas ripícolas; e os aspetos estéticos da paisagem ou outros de interesse científico e cultural” especificando-se:

a) Caudais instantâneos, definidos à escala mensal, que variam ao longo dos anos para atender às necessidades das espécies aquáticas;

b) Flexível em função das condições hidrológicas naturais que se verificam em cada ano, em particular em anos secos, devendo ser definidos regimes de caudais ecológicos para anos secos e para anos médio e húmidos;

c) Caudais de cheia para:

     i. Remoção de materiais finos depositados e prevenção do crescimento da vegetação;

            ii. Manutenção da estrutura do leito e das secções transversais;

         iii. Manutenção da zona ripária, leito de cheia, características do vale e nível freático;

            iv. Manutenção dos ecossistemas associados aos cursos de água, tais como zonas húmidas e estuários.

Apelamos a que a Senhora Ministra do Ambiente e da Energia não aceite a esmola de Espanha de caudais mínimos diários e que não desperdice esta janela de oportunidade para exigir a implementação de um verdadeiro regime caudais ecológicos em contrapartida da autorização à Iberdrola para construir os dois projetos hidroelétricos de bombagem reversível nas barragens de Alcântara e Valdecañas no rio Tejo, os quais, segundo as notícias de hoje na comunicação social, vão ser vendidos em troca da captação de água no Pomarão por Portugal.

Dito por outras palavras, importa que não se venda à Iberdrola a água do rio Tejo em troca da água do rio Guadiana sem respeito pelo estado ecológico de qualquer um destes rios e, por essa via, sem respeito pela degradação de uma das bases de sustentação da Vida.

Lembramos que a denúncia à Comissão Europeia devido ao “Incumprimento da Diretiva Quadro da Água pela não implementação de um regime de caudais ecológicos por Espanha e Portugal” já foi subscrita por um conjunto de 31 organizações portuguesas, espanholas e europeias, ambientalistas, sociais, culturais e autarquias, e que a defesa da implementação de um regime de caudais ecológicos foi ainda acompanhada pelas comunidades intermunicipais do Médio Tejo, Lezíria do Tejo e Beira Baixa, faltando a solidariedade da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e dos seus municípios para com aqueles situados a montante do rio Tejo.

Mantemos a nossa defesa de um regime de caudais ecológicos na barragem de Cedillo no rio Tejo, determinados cientificamente nos Planos de Gestão da Região Hidrográfica de Portugal e Espanha, com a coordenação das administrações de Portugal e Espanha, dando cumprimento à Diretiva Quadro da Água e ao direito europeu, em conformidade com a legislação nacional de Portugal e Espanha e com a própria Convenção de Albufeira celebrada entre Portugal e Espanha.

Bacia do Tejo, 4 de julho de 2024

Ana Silva e Paulo Constantino

Os Porta-Vozes do proTEJO

 

Mais informação: Paulo Constantino - +351919061330



[1] “Em concreto, foi estabelecido que o volume de água afluente a Belver seja turbinado, em dois períodos de 4 horas, fixando também um caudal mínimo diário de 10 m3/s, o que é equivalente a um volume diário de 0,864 hm3 para jusante.” Vide Caudais do rio Tejo 30-07-2021 - XXII Governo - República Portuguesa.

domingo, 30 de junho de 2024

proTEJO reivindicou ontem o acesso à nascente do rio Almonda devolvendo-a ao usufruto da população ribeirinha e a necessidade de adequação do uso da água do rio Almonda às disponibilidades hídricas atuais e futuras, estabelecendo-se um regime de caudais ecológicos no seu curso e na chegada ao rio Tejo

Nota de Imprensa

29 de junho de 2024

proTEJO reivindicou ontem o acesso à nascente do rio Almonda devolvendo-a ao usufruto da população ribeirinha e a necessidade de adequação do uso da água do rio Almonda às disponibilidades hídricas atuais e futuras, estabelecendo-se um regime de caudais ecológicos no seu curso e na chegada ao rio Tejo


O proTEJO realizou hoje uma jornada “Por Um Almonda Livre” que se iniciou pela manhã com a descida de canoa “11º Vogar contra a indiferença” com cerca de 30 participantes em 15 kayaks que coloriram o corredor ecológico do rio Almonda, importante afluente da rede hidrográfica do Tejo, defendendo os rios Vivos sem poluição e Livres de açudes e barragens para assegurar a conservação dos ecossistemas e habitats aquáticos, o usufruto do rio pelas populações ribeirinhas e os fluxos migratórios das espécies piscícolas.





O "11º Vogar contra a indiferença" iniciou-se pela manhã no jardim do Almonda Parque e continuou com um percurso fluvial em canoa pelo rio Almonda até ao final do seu corredor ecológico na cidade de Torres Novas que facultou aos participantes uma experiência de defesa de uma causa comum, de comunhão com o rio e de fluviofelicidade com a beleza do património natural de um rio Almonda no Município de Torres Novas.

A Carta Contra a Indiferença (em espanhol) que hoje publicamos e lida na demonstração ibérica “Por Um Almonda Livre” exige o acesso à nascente do rio Almonda devolvendo-a ao usufruto da população ribeirinha e a necessidade de adequação do uso da água do rio Almonda às disponibilidades hídricas atuais e futuras, estabelecendo-se um regime de caudais ecológicos no seu curso e na chegada ao rio Tejo como garantia de conservação dos ecossistemas aquáticos, em especial da Reserva Natural do Paul do Boquilobo, classificada como Reserva da Biosfera pela UNESCO.

Reivindicou-se ainda o acompanhamento, monitorização e verificação do cumprimento das licenças de descargas de efluentes das ETAR urbanas e industriais, exigindo a tomada de medidas de proteção ambiental com base no princípio da precaução.

Esta Carta pretende ser um testemunho de que a conservação ecológica do rio Almonda e dos rios da bacia do Tejo é um tributo que os cidadãos devem oferecer para a sustentabilidade da Vida e para a conservação do seu património, sendo hoje urgente defender rios Vivos sem poluição e Livres com dinâmica fluvial de modo a garantir: a qualidade das massas de água superficiais e subterrâneas; a conservação dos ecossistemas, dos habitats e da biodiversidade; o estabelecimento de verdadeiros caudais ecológicos; a rejeição dos projetos de construção de novos açudes e barragens e a exigência de uma regulamentação adequada para as barreiras que já existem; um regime fluvial adequado à migração e reprodução das espécies piscícolas; e uma conectividade fluvial proporcionada por eficazes passagens para peixes e pequenas embarcações.

Entre estes cidadãos contou-se com a participação de amigos do Tejo de Espanha pertencentes à Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes, provando-se que a defesa da Vida nos rios ibéricos ultrapassa as fronteiras administrativas e une os cidadãos com os mesmos problemas, independentemente da sua nacionalidade.

Realizou-se ainda a consciencialização das populações ribeirinhas para o aumento das pressões negativas que resultam da sobre exploração da água do Tejo: as que se avizinham, com projetos de construção de novos açudes e barragens, e as que já existem, face à gestão economicista das barragens hidroelétricas da Estremadura espanhola, aos transvases da água do Tejo para a agricultura intensiva no sul de Espanha e à agressão da poluição agrícola, industrial e nuclear. Foram ainda realçados a importância do regresso de modos de vida ligados à água e ao rio e das atividades de educação ambiental e turismo de natureza, cultural e ambiental.

Esta atividade é organizada pelo proTEJO – Movimento Pelo Tejo e pela EcoCartaxo – Movimento Alternativo e Ecologista, contando com o apoio do Município de Torres Novas, da Viver Almonda, do UmColetivo e da Rede de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes, sendo responsável pela descida a Viver Almonda.

O Almonda merece!

Ana Silva e Paulo Constantino

Os porta vozes do proTEJO

Mais informação: +351 91 906 13 30

 

Carta Contra a Indiferença – português

Carta Contra a Indiferença – espanhol


sexta-feira, 14 de junho de 2024

Lei do Restauro da Natureza: Portugal tem de se manter do lado certo da história

COMUNICADO DE IMPRENSA

14 de junho de 2024

Lei do Restauro da Natureza: Portugal tem de se manter do lado certo da história

A Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, manifestou em várias reuniões com Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGA) portuguesas que Portugal faz parte dos países que estão dispostos a aprovar a Lei do Restauro da Natureza no Conselho Europeu de Ministros do Ambiente, na próxima segunda-feira, dia 17 de junho, o que consideramos muito positivo.

Para as ONGA e movimentos de cidadãos, é fundamental nesta fase final de decisão manter a posição do Estado Português que sempre tem sido favorável à aprovação da legislação, para além de que, uma qualquer inversão, seria terrivelmente desprestigiante para o nosso país, dado que coloca também em causa todo o processo democrático que culminou na estabilização de uma posição comum entre Conselho, Comissão e Parlamento Europeu.

O voto favorável de Portugal é fundamental e evita pôr em perigo a aprovação da mais importante legislação europeia de conservação da natureza desde as Diretivas Aves (1979) e Habitats (1992). A Lei do Restauro da Natureza define metas vinculativas para recuperação de habitats degradados em todos os Estados-Membros, principalmente daquelas com maior potencial para reterem carbono e assim contribuírem para a mitigação das alterações climáticas, e para reduzirem o impacto de desastres naturais como incêndios e cheias. Portugal está, desta forma, no lado certo, aliando-se aos países que defendem a biodiversidade e os ecossistemas hoje em perigo e em declínio na Europa, não alinhando com governos que não elegem as prioridades definidas pelo Pacto Ecológico.

Acresce que, se Portugal votar a favor da Lei do Restauro da Natureza, reforça os compromissos internacionais relativos à conservação de espécies e habitats, mas contribui igualmente para gerar confiança nos cidadãos portugueses face às políticas públicas, quando 63% destes, segundo dados recentes do Eurobarómetro, identificam o restauro da natureza como uma das formas mais eficazes para enfrentar os problemas ambientais.

As ONGA e movimentos de cidadãos apelam ao Governo para não mudar de posição

As 30 ONGA e movimentos de cidadãos que subscrevem este comunicado estão confiantes que a Senhora Ministra do Ambiente e Energia, que representará o Governo e todos os portugueses no Conselho, não se deixará influenciar por interesses que são alheios à salvaguarda do bem comum e que votará favoravelmente a Lei do Restauro da Natureza, em coerência com o próprio programa de Governo, o qual prevê a elaboração de um Plano Nacional de Restauro da Natureza que esperamos que venha a incluir metas e objetivos.

As ONGA e os movimentos de cidadãos têm presente ainda que, durante o processo legislativo da Lei do Restauro da Natureza, os eurodeputados do PSD, partido que sustenta o atual governo e onde se incluem a Ministra do Ambiente e Energia, o Ministro da Agricultura e Pescas e o Ministro dos Negócios Estrangeiros, votaram favoravelmente esta Lei no Parlamento Europeu.

O que está em causa

Esta nova Lei irá garantir que todos os países da União Europeia (UE) sejam obrigados a apresentar e implementar um Plano Nacional de Restauro, com objetivos específicos, os quais terão que prever o restauro de, pelo menos, 30% dos habitats terrestres, costeiros, marinhos e de água doce em estado de conservação desfavorável até 2030, 60% até 2040 e 90% até 2050. Os Estados-Membros da UE terão ainda que garantir que não ocorre uma deterioração significativa nas áreas sujeitas a restauro.

As regras europeias visam incrementar a biodiversidade dos sistemas agrícolas (beneficiando também a produção agrícola), restabelecer a conectividade natural dos rios e as funções das planícies aluviais (melhorando o ciclo da água), restaurar habitats florestais (prevenindo incêndios), bem como criar mais espaços verdes em áreas urbanas (reduzindo os efeitos de ilha de calor). Reverter o declínio das populações de polinizadores, dos quais dependem de forma direta os nossos sistemas alimentares e toda a produção agrícola, é outra das prioridades desta decisiva legislação. A Lei acolheu o apoio não só das ONGA, mas também de empresas, caçadores, agricultores e cientistas, mostrando assim que a recuperação da natureza é também definitivamente essencial para a economia.

Contactos: ANP|WWF – Catarina Grilo (960101668); GEOTA - Rogério Ivan (912366926); Sciaena - Gonçalo Carvalho (936257281); SPEA – Joana Andrade (966475068); ZERO – Francisco Ferreira (969078564).

Lista das ONGA e movimentos que subscrevem este comunicado: ADPM; AEPGA; Agrobio; Alambi; ALDEIA; Almargem; ANP|WWF; A Rocha; Campo Aberto; CENTA; CIDAMB; CPADA; Dunas Livres; FAPAS; Geota; Grupo Ecológico de Cascais; Íris; Juntos Pelo Sudoeste; LPN; Mov Rio Douro; OIKOS; Palombar; Plataforma Água Sustentável; ProTejo; Quercus; Sciaena; SPEA; SPECO; Plataforma Transgénicos Fora; Zero.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

11º Vogar Contra a Indiferença - Descida de canoa - Corredor Ecológico do rio Almonda - Demonstração Ibérica de Cidadãos "Por Um Almonda Livre"

Nota de Imprensa


11º VOGAR CONTRA A INDIFERENÇA

Descida de Canoa

Corredor Ecológico do rio Almonda, em Torres Novas

DEMONSTRAÇÃO IBÉRICA DE CIDADÃOS

“Por Um Almonda Livre”

29 de junho de 2024

O movimento proTEJO e a EcoCartaxo irão celebrar o próximo dia 29 de junho de 2024 com a descida de canoa "11º Vogar contra a indiferença" e a demonstração ibérica de cidadãos “Por Um Almonda Livre”, importante afluente da rede hidrográfica do Tejo.

Esta é uma ação de defesa de rios Vivos sem poluição e Livres de açudes e barragens para assegurar a conservação dos ecossistemas e habitats aquáticos, o usufruto do rio pelas populações ribeirinhas e os fluxos migratórios das espécies piscícolas.

O "11º Vogar contra a indiferença" inicia-se pela manhã no Jardim do Almonda Parque com a leitura da “Carta Contra a Indiferença” e continua com um percurso fluvial em canoa para desfrutar da beleza natural do corredor ecológico rio Almonda.

A descida de canoa tem 50 lugares disponíveis em 25 embarcações que irão colorir o rio Almonda de todas as cores, estando as inscrições abertas até ao dia 27 de junho (quinta-feira) para quem desejar descobrir a beleza natural do corredor ecológico do rio Almonda num percurso fluvial que parte do açude dos Gafos, na cidade de Torres Novas, desfrutando de uma magnífica experiência de fluviofelicidade em comunhão com o rio defendendo uma causa comum da cidadania.

 Inscrição: https://forms.gle/SnfbFr4R2mfvDjWL7

 

Entre estes cidadãos conta-se uma participação muito significativa de amigos do Tejo de Espanha pertencentes à Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes, esperando-se muitos participantes, como aliás é habitual, provando-se que a defesa da Vida nos rios ibéricos ultrapassa as fronteiras administrativas e une os cidadãos com os mesmos problemas, independentemente da sua nacionalidade.

A Demonstração Ibérica de Cidadãos “Por Um Almonda Livre” decorrerá pela tarde no Jardim das Rosas da cidade de Torres Novas sobre a importância de acesso à nascente do rio Almonda devolvendo-a ao usufruto da população ribeirinha e a necessidade de adequação do uso da água do rio Almonda às disponibilidades hídricas atuais e futuras, estabelecendo-se um regime de caudais ecológicos no seu curso e na chegada ao rio Tejo como garantia de conservação dos ecossistemas aquáticos, em especial da Reserva Natural do Paul do Boquilobo, classificada como Reserva da Biosfera pela UNESCO.

Pretende-se ainda consciencializar as populações ribeirinhas para o aumento das pressões negativas que resultam da sobreexploração da água do Tejo: as que se avizinham, com projetos de construção de novos açudes e barragens, e as que já existem, face à gestão economicista das barragens hidroelétricas da Estremadura espanhola, aos transvases de água do Tejo para a agricultura intensiva no sul de Espanha e à agressão da poluição agrícola, industrial e nuclear. Serão ainda realçados a importância do regresso de modos de vida ligados à água e ao rio e das atividades de educação ambiental e turismo de natureza, cultural e ambiental.

Esta atividade é organizada pelo proTEJO – Movimento Pelo Tejo e pela EcoCartaxo – Movimento Alternativo e Ecologista, contando com o apoio do Município de Torres Novas, da Viver Almonda, do UmColetivo e da Rede de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes, sendo responsável pela descida a Viver Almonda.

O Almonda merece!

Ana Silva e Paulo Constantino

Os porta vozes do proTEJO

Mais informação: +351 91 906 13 30

terça-feira, 28 de maio de 2024

O Movimento proTEJO apresentou hoje o seu parecer de “Discordância” na consulta pública sobre o projeto de construção de bombagem reversível na barragem espanhola de Alcântara no rio Tejo enquanto não ocorrer a implementação de caudais ecológicos na barragem de Cedillo no rio Tejo

Nota de Imprensa

28 de maio de 2024

O Movimento proTEJO apresentou hoje o seu parecer de “Discordância” na consulta pública sobre o projeto de construção de bombagem reversível na barragem espanhola de Alcântara no rio Tejo enquanto não ocorrer a implementação de caudais ecológicos na barragem de Cedillo no rio Tejo

O proTEJO – Movimento pelo Tejo apresentou hoje o seu parecer de “Discordância” na consulta pública sobre o projeto de construção de bombagem reversível na barragem espanhola de Alcântara no rio Tejo enquanto não ocorrer a implementação de caudais ecológicos na barragem de Cedillo no rio Tejo, sendo de relevar o seguinte:

 Não foram apresentados os impactos ambientais sobre o regime de caudais do rio Tejo, sendo referido, irrealisticamente, que não existirão impactos ambientais decorrentes da alteração da gestão hídrica inerente à exploração da bombagem reversível na barragem de Alcântara[1], desconsiderando o histórico de danos já causados pela atual gestão hídrica que decorrem da manutenção de um regime de caudais mínimos, ou seja, da ausência de um regime de caudais ecológicos na barragem de Cedilllo na fronteira de Portugal e Espanha que constam da nossa denúncia à Comissão Europeia devido ao “Incumprimento da Diretiva Quadro da Água pela não implementação de um regime de caudais ecológicos por Espanha e Portugal”;

 Além do regime de caudais do rio Tejo, nada é referido quanto aos impactos ecológicos negativos sobre a qualidade das massas de água do rio Tejo a jusante, nomeadamente, sobre todas as massas de água localizadas em território português, sendo necessário identificar e quantificar os impactos deste projeto quanto à possível intensificação, frequência e agravamento de incidentes de eutrofização e blooms de algas (cianobactérias) que têm vindo a ser usuais com a atual gestão hídrica permissiva às hidroelétricas espanholas com base num regime de caudais mínimos na barragem de Cedillo que não observa a obrigatoriedade legal de, em Espanha, se implementarem regimes de caudais ecológicos em infraestruturas hidráulicas;

 Consequentemente, não foram estudados todos os impactos ecológicos, sobre a flora e a fauna, económicos, sociais e culturais, nos territórios a jusante, nomeadamente, em território português, decorrentes da manutenção de um regime de caudais mínimos, ou seja, da ausência de um regime de caudais ecológicos na barragem de Cedilllo na fronteira de Portugal e Espanha, e do mais que provável agravamento da deterioração da qualidade das massas de água com origem em Espanha.

Fonte: ESTUDIO DE IMPACTO AMBIENTAL
Proyecto de Aprovechamiento Hidroeléctrico de José María de Oriol II

Este movimento já alertou a Senhora Ministra do Ambiente e da Energia, em carta aberta, para os riscos associados aos dois projetos de bombagem reversível previstos para as barragens espanholas de Alcântara e Valdecanãs no rio Tejo, bem como para a urgência de exigir a implementação de caudais ecológicos na barragem de Cedillo no rio Tejo.

Estes projetos têm como objetivo estabelecer a bombagem de água para montante após a descarga nas duas maiores barragens, Alcântara e Valdecanãs, instaladas numa cascata de barragens que se localizam uma após a outra no rio Tejo em Espanha, na província de Cáceres.

O proTEJO requereu a prestação de informação às populações ribeirinhas sobre os previsíveis impactos que ambos os projetos aportam sobre o rio Tejo em Portugal.

É da nossa opinião que, enquanto não for assegurada a implementação de um regime de caudais ecológicos na barragem de Cedillo, na fronteira de Portugal e Espanha, deve ser manifestada a oposição a ambos os projetos no âmbito do quadro de cooperação da Convenção de Albufeira com fundamento na “proteção das águas superficiais e subterrâneas e dos ecossistemas aquáticos e terrestres deles diretamente dependentes e para o aproveitamento sustentável dos recursos hídricos das bacias hidrográficas”.

A concretização destes projetos agravará significativamente a disponibilidade e variabilidade de caudais no rio Tejo em consequência da restrição da água que flui para o rio Tejo em Portugal a partir de Espanha, não sendo de esperar mais do que o volume limite de caudal mínimo de 2.700 hm3, e talvez mais uma gota, para cumprir formalmente a Convenção de Albufeira, à semelhança do que aconteceu nos poucos anos de seca que assolaram o rio Tejo (Ver Caixa – Caudais do rio Tejo). Este caudal mínimo anual é comprovadamente um caudal de seca visto que foi possível verificar o seu cumprimento no período contínuo de 16 meses da pior seca que abalou a bacia do Tejo no ano hidrológico de 2021/2022.

Tendo em conta que, de modo geral, de Espanha tem chegado em média mais do dobro do caudal mínimo anual previsto na Convenção de Albufeira (cerca de 5.500 hm3), considera-se que existe um risco de todos os anos hidrológicos passarem a ser anos de “seca artificial” com envio de apenas 2.700 hm3 de caudal mínimo anual se forem construídos estes projetos de transformação das duas barragens de Alcântara e Valdecanãs, concessionadas à Iberdrola, em hidroelétricas reversíveis.

Assim, o proTEJO tem vindo a defender que, na bacia hidrográfica do Tejo, devem ser estabelecidos para ano de seca, médio e húmido, os respetivos caudais ecológicos regulares, contínuos e instantâneos, medidos em metros cúbicos por segundo (m3/s), e respeitando a sazonalidade das estações do ano, ou seja, maiores no inverno e outono e menores no verão e primavera, por oposição aos caudais mínimos negociados politicamente e administrativamente há 25 anos na Convenção de Albufeira sem que nunca se tenha concretizado o processo de transição para o regime de caudais ecológicos que essa mesma Convenção prevê.

O não estabelecimento de caudais ecológicos tem permitido uma extrema variabilidade dos caudais recebidos de Espanha que prejudica os ecossistemas e os usos da água, nomeadamente, os usos agrícolas, constituindo um incumprimento da Diretiva Quadro da Água - documento de orientação nº 31 – Caudais ecológicos na implementação da Diretiva Quadro da Água, motivo pelo qual o proTEJO apresentou, no passado dia 18 de março, uma denúncia à Comissão Europeia devido ao “Incumprimento da Diretiva Quadro da Água pela não implementação de um regime de caudais ecológicos por Espanha e Portugal”.

Esta denúncia já foi subscrita por um conjunto de 30 organizações portuguesas, espanholas e europeias, ambientalistas, sociais, culturais e autarquias, e a defesa da implementação de um regime de caudais ecológicos foi ainda acompanhada pelas comunidades intermunicipais do Médio Tejo, Lezíria do Tejo e Beira Baixa após um apelo lançado às comunidades intermunicipais da bacia do Tejo (Lezíria do Tejo, Médio Tejo, Beira Baixa e Alto Alentejo) e à área metropolitana de Lisboa (AML) para que tomassem uma posição de responsabilidade.

Mediante as considerações supra, o movimento proTEJO dá parecer de “Discordância” quanto ao projeto de construção de bombagem reversível na barragem espanhola de Alcântara no rio Tejo, requerendo o seguinte:

a) Que seja manifestada oposição aos dois projetos hidroelétricos de bombagem reversível nas barragens de Alcântara e Valdecañas junto do Governo de Espanha enquanto não for assegurada a implementação do regime de caudais ecológicos, conforme exige o cumprimento dos objetivos da Diretiva Quadro da Água de acordo com a Recomendação EC 2015 (Ecological flows in the implementation of the Water Framework Directive. Guidance document).

b) Que sejam definidos cientificamente os caudais ecológicos a integrar nos Planos de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo – 2022/2027 por Portugal e Espanha nos pontos de controlo que atualmente estão presentes na Convenção de Albufeira, em Cedillo e Ponte de Muge.

Bacia do Tejo, 28 de abril de 2024

Os Porta-Vozes do proTEJO,

Ana Silva e Paulo Constantino

Mais informação: Paulo Constantino - +351919061330

Anexo nº 1 - “APROVECHAMIENTO HIDROELECTRICO DE ALCANTARA II DE 440 MW EN T.M. ALCANTARA (CACERES)”