Somos um movimento de cidadania em defesa do Tejo denominado "Movimento Pelo Tejo" (abreviadamente proTEJO) que congrega todos os cidadãos e organizações da bacia do TEJO em Portugal, trocando experiências e informação, para que se consolidem e amplifiquem as distintas actuações de organização e mobilização social.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

domingo, 28 de outubro de 2012

CONCLUSÕES DAS VI JORNADAS POR UM TEJO VIVO


Reunidos em Toledo nas VI Jornadas Por Um Tejo Vivo, as organizações, municípios e grupos de cidadãos que compõem a Rede de Cidadania para uma Nova Cultura da Água no Tajo / Tejo e constatam a permanência dos problemas conhecidos da gestão da bacia, alertando para novas ameaças, e reforçam a sintonia entre os movimentos de cidadãos portugueses e espanhóis da bacia e renovam o seu compromisso de trabalho ante a esperada publicação do Plano de Bacia espanhol.
A celebração das Jornadas incidiu sobre o atraso no processo de planeamento espanhol, as sanções recebidas de Bruxelas por esse motivo e a aceitação a tramitação da reclamação apresentada perante o Parlamento Europeu.
A falta de transparência informativa ficou patente na publicação do Plano Nacional de Reutilização de Água e nos problemas de qualidade e descargas suportadas pela bacia, colocados em contexto e evidência pelo que recebem da capital.
As principais conclusões da VI Jornadas Por Um Tejo Vivo são:
1. Projeto retirado. Foi importante que os técnicos da CHT num primeiro projeto retirado de plano da bacia tenham avaliado e tornado público pela primeira vez as consequências negativas da atual gestão da bacia na sua cabeceira e no seu troço médio.
2. Descoordenação Espanha-Portugal. Espanha ainda não publicou o seu plano de bacia, enquanto Portugal já o fez. É incompreensível que possam ser planeados à luz da Diretiva-Quadro da Água (DQA) as águas portuguesas sem o conhecimento prévio do planeamento dos troços anteriores da bacia.
3. As conclusões das V Jornadas, realizadas na Azambuja (Portugal), no ano passado, já denunciavam e reclamavam uma eficaz coordenação na elaboração dos planos de gestão da bacia hidrográfica do Tajo / Tejo em ambos os lados da fronteira e da apresentação de planos coordenados que permitissem a recuperação total do bom estado ecológico do rio. Isto não só não aconteceu, como aconteceu mesmo o oposto. Testemunhamos, assim, a falta de transparência espanhola para com seus vizinhos da bacia assim como a renúncia portuguesa em exigir os direitos comunitários que constam da DQA.
4. Observamos que:
a) Existem diferenças metodológicas para o planeamento empregues num e noutro país.
b) Existe pouca ou nenhuma sintonia na partilha de informações entre os dois países.
c) O planeamento português foi aprovado, sem ser capaz de contemplar a previsão de regimes de caudais provenientes de Espanha.
5. As V Jornadas reclamavam também uma revisão da Convenção de Albufeira para se adequar às exigências da DQA; nestas VI Jornadas descobrimos que ao abrigo da Convenção não foi modificado para determinar o que se consideram caudais ambientais, nem para incorporar critérios de qualidade no regime de caudais que passam de Espanha para Portugal; em consequência, a qualidade tem sido negligenciada no planeamento português. Além disso o cumprimento da Convenção de Albufeira continua condicionado pelos ciclos de seca do lado espanhol pelo que nem todos os caudais devidos em Cedillo chegam realmente até lá.
6. O Plano Nacional de Reutilização de Água é um subterfúgio para poderem articular novos transvases. O paradoxo é que as áreas com maior capacidade de regenerar essas águas não são aquelas a que se atribui uma maior necessidade de reutilização, sendo o investimento para o transporte de águas residuais a partir de um lugar para outro na bacia do Tejo, mais do que o triplo do que se prevê investir em regeneração. O custo de regeneração em m3 no Tejo é muito menor do que noutras bacias, como a do Segura, o que lança dúvidas sobre a sua eficácia em melhorar o estado ecológico dos rios de Madrid e do Tejo, dada a alta carga de poluentes orgânicos, química, industrial, farmacêutico, etc, os quais nem sequer são tratados de forma adequada, além de uma elevada salinidade. Não é viável a utilização destas águas sem tratamentos de regeneração caríssimos, que terão de ser pagos pelos utilizadores e cidadãos do rio Tejo, apesar de ser uma bacia que transvasa água limpa que teoricamente lhe sobra de acordo com as conveniências e artifícios do regulamento de exploração. Enquanto isso, no Segura, graças a esse artifício poderão dispor de mais água transvasada de qualidade, economizando o custo de a dessalinizar na sua própria bacia.
7. A crescente politização e mercantilização da água têm laivos de manipulação que se traduzem numa grande intervenção económica no planeamento e uma redução nos níveis de participação dos cidadãos no futuro de um bem comum. O objetivo da privatização do Canal de Isabel II e muitos outros exemplos isolados de concessão municipal para fornecimento privado de serviços de abastecimento e saneamento em regiões diferentes fazem-nos constatar um padrão que se repete em demasia.
8. Espanha está em incumprimento da gestão do rio, por um lado com uma série de políticas de áreas protegidas (Diretiva 79/409/CEE, relativa à conservação das aves selvagens que cria as Zonas de Proteção Especial para Aves-SPA, Diretiva 2009/47/CE e Diretiva 92/43/CEE, relativa à conservação dos habitats naturais e da fauna e da flora da Diretiva Habitat), que consideram a biodiversidade como um património comum, e em segundo lugar com o DQA sobre recuperação de custos. A Rede do Tejo combinará os esforços da cidadania e dos grupos luso-hispânicos para defender e reivindicar uma melhoria substancial na gestão da nossa bacia hidrográfica, face à publicação do novo plano de bacia espanhola, que seja dirigida a impedir estes incumprimentos.
Toledo, bacia do Tajo / Tejo, 19-21 de Outubro de 2012
Mais informação:
Soledad de la Llama – 617352354
Alejandro Cano - 699497212

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

VI JORNADAS “POR UM TEJO VIVO” - TOLEDO DE 19 A 21 DE OUTUBRO DE 2012

O proTEJO participou nas VI Jornadas “Por Um Tejo Vivo” que foram organizadas pela Rede do Tejo nos dias 19 a 21 de Outubro em Toledo, no Castillo de San Servando , tendo como anfitrião a Plataforma de Toledo em defesa do Tejo.
As jornadas foram de todo interesse pelo que deixamos abaixo o programa e aqui as apresentações realizadas. 
PROGRAMA
SEXTA – FEIRA, 19 DE OUTUBRO
20:00 Boas Vindas e Inauguração oficial
- Boas vindas da Rede do Tejo.
- Boas vindas da Plataforma de Toledo en Defensa del Tajo.
- Inauguração pelo Alcalde del Ayuntamiento de Toledo.
20:30 Conferência (*) “A ligação de Toledo ao Tejo através da fotografia histórica”.
Eduardo Sánchez Butragueño, Blog Toledo Olvidado.
21:30 Jantar ou Ceia de boas vindas
22:00 Visita guiada: Toledo e as suas pontes
SÁBADO, 20 DE OUTUBRO
10:00 Introdução: estado e vicissitudes da planificação hidrológica e do plano de bacia do Tejo em Espanha. Previsões.
Nuria Hernández-Mora, FNCA
10:30 Novidades do projeto de plano de 2011
• Entradas, procuras, caudais e modelo do rio Tejo
Miguel Ángel Sánchez, Plataforma de Talavera (40 minutos)
• Plano de reutilização e transvases
Maria Soledad Gallego, FNCA (40 minutos)
• Preguntas (10 minutos).
11:30 Intervalo
12:00 O problema da qualidade: Depuração, descargas e fiscalização
Raúl Urquiaga, Jarama Vivo (45 minutos)
13:00 Alegações ao novo Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo em Portugal e a Convenção de Albufeira entre Portugal e Espanha
Paulo Constantino, Movimento Pelo Tejo (45 minutos)
14:00 Almoço
16:00 Novos conflitos e perspetivas na bacia do Tejo
Espaço aberto para exposição dos diversos grupos.
18:00 Estratégia da Rede do Tejo 2012-2013 (**)
20:00 Encerramento e Jantar
22:00 Visita noturna “Toledo e as suas muralhas”.
DOMINGO, 21 DE OUTUBRO DE 2012.
10:30 Rota “Caminhos da Água: um passeio por Toledo”

Os membros do proTEJO e todos aqueles que desejarem participar podem realizar a sua inscrição no site da Rede do Tejo ou comunicá-la para platodetajo@gmail.com onde no assunto deve constar "Reserva VI Jornadas Tejo".
A participação nas Jornadas é gratuita e aberta ao público em geral, mas necessita de inscrição para reserva.
(*) A participação nas Jornada é gratuita, aberta ao público em geral e não necessita de inscrição para reserva até completar o limite máximo de lugares da sala.
(**) Reunião de trabalho interna, reservada apenas a membros da Rede do Tejo.

RIO MAIOR ATINGIDO POR ESPÉCIES INFESTANTES

Rio Maior atingido por espécies infestantes
O mau estado ecológico do rio que dá nome ao concelho de Rio Maior foi um dos temas debatidos na Assembleia Geral do proTEJO – Movimento pelo Tejo, que se realizou em Vila Nova da Barquinha, no passado dia 13 de Outubro.
O riomaiorense António Costa, responsável do Movimento Ar Puro, foi um dos intervenientes. Luís da Cunha Romão, membro da Associação Tagus Universalis, lançou o alerta, mostrando aos participantes várias fotos recentes que tirou ao Rio Maior na zona de Santana, concelho de Cartaxo. “Como é possivel constatar, as águas contêm várias plantas infestantes, nomeadamente jacintos”.
Recorde-se que, para além do concelho homónimo, o Rio Maior percorre também os concelhos de Santarém, Cartaxo e Azambuja, onde desagua no Rio Tejo.
O Jacinto de Água
O Jacinto de Água (Eichornia crassipes) é reconhecido pela União Internacional para a Conservação da Natureza como uma das 100 piores espécies infestantes que existem no mundo. Em Portugal, é uma das 30 espécies de plantas classificadas em decreto lei como invasoras (D.-L. Nº 565/99).
Já em 1974 o governo de Marcelo Caetano criminalizou a sua “importação, cultura, multiplicação, venda, transporte ou posse, em todo o território do continente e ilhas adjacentes”.
Diz o decreto lei então aprovado (nº 165/74) que a espécie “conhecida vulgarmente por jacinto aquático, jacinto de água ou desmazelos, é uma planta aquática flutuante (…) originária da América tropical” que “nas suas regiões de origem encontra-se em equilíbrio com os factores do meio, não constituindo qualquer problema”.
No entanto “em virtude do seu efeito ornamental, foi introduzida noutras zonas do globo, e encontrando nalguns desses locais condições favoráveis ao seu desenvolvimento, chega, por vezes, a constituir praga causadora de grandes prejuízos ao provocar alterações substanciais no ambiente.”
Segundo o decreto lei assinado por Marcelo Caetano, “assim sucedeu em várias regiões, por exemplo, no rio Zaire, em Angola, facto que levou o respectivo Governo-Geral”, em 1956, a proibir “a posse, cultura, venda, transporte e importação desta planta, ficando os contraventores sujeitos a multas”.
“Graves prejuízos”
Em 1974 o governo português referia que “introduzido em data não determinada no território metropolitano, o jacinto aquático tem-se desenvolvido em certas zonas, em especial nalguns locais do Ribatejo, tendo já causado graves prejuízos”. Pelo que “importa tomar providências que evitem a propagação e a continuação da existência desta espécie”.
Hoje em dia, está registada a ocorrência desta espécie nas regiões do Douro Litoral, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo e Beira Litoral.
Para além dos danos ecológicos provocados pelo jacinto de água, Luís Romão aponta o exemplo de prejuízos ao nível da navegabilidade e da pesca no Rio Maior na zona onde recolheu as fotos. “Reduz a secção de navegação das embarcações e os peixes não sobem o rio por falta de oxigénio nas águas. Quando no Inverno chove com frequência e as águas estão mais limpas é que se vê os pescadores a colocarem as suas narsas” (espécie de rede) “no rio e algumas embarcações a navegarem”.
Haverá também prejuízos ao nível da agricultura, com obstrução de drenagem de água para rega. E ao nível da saúde pública, com a propagação de insectos propiciada pela degradação da água.
Segundo Luís Romão, a presença de espécies infestantes no Rio Maior será “consequência da falta de limpeza períodica” deste rio, “e das descargas sistemáticas de efluentes não tratados, respetivamente”.
“Reflexo da poluição do rio”
Francisco Madeira Lopes, dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes”, aponta que a existência de jacintos aquáticos no Rio Maior será um reflexo da poluição deste rio. Indiciando que a sua “água tem demasiados nutrientes de matéria orgânica em suspensão”, a maior parte da qual, “muito provavelmente”, será proveniente de dejectos de suiniculturas e outras pecuárias que afectam este rio, no concelho de origem e no concelho de Santarém também.
Luís Romão deixou um apelo: “é necessário que entre as entidades oficiais haja interajuda para se reduzir a poluição do Rio Maior e o Rio Tejo possa beneficiar igualmente e seja um rio mais vivo. A sensibilização da sociedade civil sobre esta temática é igualmente muito relevante”.
António Costa, do Movimento Ar Puro, lamenta que a opinião pública esteja “de costas voltadas para o Rio Maior”. Considera ser necessário “as pessoas entenderem que o rio existe, que é seu, que devem cuidar dele”, e que “devem pressionar as entidades responsáveis para que actuem”.
Texto: Luis Carvalho no Jornal "Região de Rio Maior".

terça-feira, 9 de outubro de 2012

ASSEMBLEIA GERAL DO proTEJO - 13 DE OUTUBRO DE 2012

Convite
Assembleia Geral
proTEJO – Movimento Pelo Tejo
Exmos. Senhores
O proTEJO – Movimento Pelo Tejo vem convidá-lo a estar presente na sua ASSEMBLEIA GERAL que se realizará no dia 13 de Outubro de 2012 (sábado) pelas 14 horas e 30 minutos, no Auditório do Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, com a seguinte ordem de trabalhos:
1º Apresentação do relatório de atividades dos anos 2011 (Doc. n.º 1) e 1º Semestre de 2012 (Doc. n.º 2);
2º Preparação da participação do proTEJO nas VI Jornadas Ibéricas “POR UM TEJO VIVO”;
3º Apresentação das Alegações ao Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo – LPN, QUERCUS e proTEJO;
4º Apresentação e apreciação das atividades e objetivos estratégicos para 2012/2013;
5º Debate: “Que futuro para o Movimento Pelo Tejo”.
A documentação de apoio será enviada brevemente a todos aqueles que se inscreverem para participarem neste reunião (Ficha de Inscrição - Convidados).
Esta iniciativa encontra-se aberta às organizações e aos cidadãos que referenciem como partilhando este objectivo, pelo que agradecemos que as convidem a estarem presentes.
PARTICIPEM!
SÓ COM A VOSSA PRESENÇA PODEMOS SEGUIR EM FRENTE NA DEFESA DO TEJO!
A PARTICIPAÇÃO DOS ADERENTES E O ENVOLVIMENTO DOS CONVIDADOS É UM IMPORTANTE INCENTIVO MORAL!
CONTAMOS CONVOSCO!
Como chegar?
Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha
39°27'28.25"N, 8°25'56.94"W
Ver mapa

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O FUTURO DO TEJO – CRÓNICA “CÁ POR CAUSAS” – JORNAL “A BARCA” – 4 DE OUTUBRO DE 2012

A espiral do tempo rodopia enquanto o rio Tejo percorre um caminho riscado na terra que o conduz à foz no seu belo estuário, recolhendo todos os contributos dos afluentes, desde o rio Jarama em Espanha até ao rio Zêzere em Portugal. Todos os anos repete esse percurso, cada vez com menos água e mais poluição, facto visível a olho nu e que nos faz perguntar repetidamente “até quando” ou tentar discernir se o Tejo terá direito a melhores dias.
O movimento pelo Tejo fez três anos no passado dia 5 de Setembro de 2012 e temos a consciência que a opinião pública passou a estar mais atenta ao estado crítico do rio Tejo e dos seus afluentes, quer quanto aos transvases, à poluição, ao impacto da florestação, à gestão de barragens e açudes, tendo este movimento conduzido os cidadãos da bacia do Tejo por um processo de participação pública no Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo, que não foi nem fácil, nem definitivo, mas que será o fio condutor que importa melhorar até ao ano de 2015.
A relevância deste trabalho vem das próprias instituições governamentais responsáveis pela política da água (o Governo, a Agência Portuguesa do Ambiente, Administração da Região Hidrográfica do Tejo e a delegação portuguesa na Comissão de Acompanhamento e Desenvolvimento da Convenção de Albufeira) e da Rede do Tejo (ibérica) que reconhecem o proTEJO como parceiro na epopeia de contribuirmos para um diagnóstico e escolha das medidas que permitam alcançar uma melhoria do estado ecológico do Tejo.
Apesar disto, continuam por se desfazerem as dúvidas sobre a pretensão do Governo Espanhol quanto à construção de um novo transvase na Estremadura e mantém-se a incógnita do efeito que terá a contestação pública sobre o atual regime de caudais vigente na Convenção de Albufeira.
É este o verdadeiro teste às populações ribeirinhas, serem capazes de se galvanizarem para requererem estes esclarecimentos e exigirem um melhor futuro para o Tejo, juntando-se a este movimento na sua próxima Assembleia Geral que será realizada no dia 13 de Outubro, em Vila Nova da Barquinha.
PARTICIPEM, O TEJO MERECE!
Paulo Constantino

sábado, 15 de setembro de 2012

VIVER O TEJO - CAMINHADA PEDESTRE ABRANTES- TANCOS

O proTEJO participou na excelente caminhada pedestre "Viver o Tejo" que fez a cobertura do percurso de Abrantes - Rio de Moinhos - Constância - Almourol - Tancos.
Aqui deixamos algumas fotos da mesma.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

RESPOSTA DA COMISSÃO EUROPEIA À PERGUNTA ESCRITA DO DEPUTADO JOÃO FERRREIRA DO PCP

A Comissão não tem conhecimento da intenção do governo espanhol de construir um novo sistema de transvases no rio Tejo. As autoridades espanholas devem assegurar o cumprimento das obrigações constantes da Diretiva-Quadro Água(1).
Esta diretiva impõe aos Estados-Membros a elaboração de planos de gestão de bacia hidrográfica que incluam medidas tendentes a prevenir a deterioração e a conseguir um bom estado das águas. Por conseguinte, o caudal ecológico tem de ser suficiente para garantir tal objetivo. A diretiva obriga igualmente os Estados-Membros a coordenarem todos os programas de medidas incluídos nos planos de gestão para toda a região hidrográfica.
Com exceção da Catalunha, a Espanha ainda não comunicou à Comissão os seus planos de gestão de bacias hidrográficas. A Comissão instaurou, pois, um processo por infração contra este Estado-Membro(2), por não ter adotado e comunicado os seus planos de gestão. O processo foi remetido ao Tribunal de Justiça, aguardando-se um acórdão para breve. Em junho e julho de 2012, o Tribunal condenou a Grécia, Portugal e a Bélgica, que tampouco comunicaram os seus planos de gestão das bacias hidrográficas.
Logo que receba o plano de gestão da bacia hidrográfica do Tejo, a Comissão verificará se as obrigações da Diretiva-Quadro Água foram respeitadas.
Além da Diretiva-Quadro Água, a Diretiva 2011/92/UE (conhecida como Diretiva Avaliação do Impacto Ambiental ou AIA)(3) aplica-se aos projetos públicos ou privados suscetíveis de ter efeitos significativos no ambiente e que requerem a realização de uma avaliação do impacto ambiental antes de ser concedida a autorização de execução. Os sistemas de transvases de água são abrangidos pela Diretiva AIA, que obriga a identificar impactos transfronteiriços potenciais e a realizar consultas com outros Estados-Membros que possam ser significativamente afetados.
(1) Diretiva 2000/60/CE, JO L 327 de 22.12.2000.
(2) Processo 2083/2010.
(3)  JO L 26 de 28.1.2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O RIBATEJO TEM MENOS TERRAS CULTIVÁVEIS DEVIDO À SUA SALINIZAÇÃO COM ORIGEM NA RETENÇÃO DE ÁGUA NAS BARRAGENS DA ESTREMADURA ESPANHOLA

NOTA DE IMPRENSA
proTEJO – Movimento Pelo Tejo
9 de Setembro de 2012
O RIBATEJO TEM MENOS TERRAS CULTIVÁVEIS DEVIDO À SUA SALINIZAÇÃO COM ORIGEM NA RETENÇÃO DE ÁGUA NAS BARRAGENS DA ESTREMADURA ESPANHOLA
A falta de caudal em toda a extensão do rio Tejo tem sido visível desde 2004 mas nunca como no ano corrente de 2012, sendo percetível o consenso que as autoridades portuguesas e espanholas responsáveis pela política da água têm vindo a atribuir “meramente” às condições de seca extremas em Portugal e em Espanha.
Acompanhando estas preocupações, desde as últimas eleições legislativas de 2009, os deputados do BE, do PCP, dos Verdes, do PS, e as autarquias que integram o proTEJO (CIMT, municípios de Abrantes, Chamusca, Golegã, Mação, Vila Nova da Barquinha e suas  freguesias) fizeram perguntas ao governo sobre o atual regime de caudais em vigor e quanto ao seu cumprimento por parte do governo espanhol.
Hoje, esta realidade é mais óbvia com um escasso nível de caudal (ver aqui) que permite uma maior intrusão salina para além das terras de Vila Franca de Xira, tornando incultiváveis cada vez mais terrenos e colocando em risco empresas agrícolas e agroalimentares, bem como os postos de trabalho que defendem em plena crise económica onde estes são de já por si escassos.
A atual situação resulta de um antigo confronto de insuficiências que ninguém foi capaz de cuidar. O confronto entre a inflexibilidade das hidroelétricas para garantir efetivos caudais ecológicos, ou seja, ceder a água suficiente para as procuras necessárias, e a impossibilidade dos recursos hídricos de afluentes do Tejo serem vertidos no seu leito, visto que a barragem do Castelo de Bode armazena a água do rio Zêzere necessária ao abastecimento humano de muitos portugueses, em especial de Lisboa.
Agora é a hora de exigirmos a ambos os governos, português e espanhol, que coloquem a verdade nas respostas que as populações ribeirinhas têm feito e convicção nas soluções para estes problemas, sendo estas:
1º. Existem alternativas para suprir a procura de água para abastecimento humano além da fornecida pela Barragem do Castelo de Bode? Esta barragem fornece os adequados caudais ecológicos durante todo o ano hidrológico?
2º. A Revisão da Convenção de Albufeira introduz os caudais de chegada à foz de forma a evitar uma maior intrusão da cunha salina?
3º. A responsabilidade financeira por uma “excessiva” retenção de água nas barragens da estremadura espanhola (ver aqui) será discutida na próxima reunião Comissão para a Aplicação e o Desenvolvimento da Convenção sobre a Cooperação para a Proteção e o Aproveitamento Sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas (CADC)?
As populações ribeirinhas têm direito a estes esclarecimentos e a conhecer o futuro que está reservado ao rio Tejo, um dos maiores rios ibéricos e internacionais, que merece um futuro melhor que aquele que supostamente se avizinhava no horizonte.
O TEJO MERECE!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

SECA: ARTIFICIAL OU NATURAL – CRÓNICA “CÁ POR CAUSAS” – 9 DE AGOSTO DE 2012

A seca extrema e a falta de água que durante todo o ano vem afetando o país tem tido efeitos devastadores nas atividades humanas e nos ecossistemas naturais, em especial nos ecossistemas aquáticos e nos serviços que estes nos prestam.
É profundamente triste assistir às consequências da falta de pastagens para o gado, de água para rega, abastecimento humano, pesca e lazer e, mais recentemente, ao inúmero deflagrar de incêndios por todo o país que levaram ao desespero as populações e afetam irreversivelmente a natureza que nos sustenta num ciclo contínuo de destruição da vida como a conhecemos.
No Ribatejo não tem sido diferente, mas a seca nesta região resulta ainda de outros malefícios operados pela mão visível do homem sendo mais acentuada e induzida “artificialmente” pelo Governo espanhol que não obrigou o operador hidroelétrico das barragens da Estremadura a descarregar parte dos 2.610 hm3 de água que, em Março, estas armazenavam. Nesse momento, o caudal na barragem de Cedilho em Portugal encontrava-se apenas com 12 m3/s, justamente no limiar mínimo que garante o cumprimento da Convenção de Albufeira com 7,6 hm3/semana, mas muito abaixo do caudal enviado para o levante espanhol pelo transvase Tejo para o Segura em média de 21,5 m3/s na mesma data.
A descarga de apenas uma parcela da água armazenada nas barragens da Estremadura poderia aumentar o caudal do rio Tejo e ter afastado o cenário de seca do Ribatejo, sendo de salientar que a água aí armazenada poderá deixar de estar disponível se vier a ser construído um novo transvase da Estremadura para o levante espanhol, como foi recentemente assumido pelo Diretor da Água do Ministério da Agricultura, Alimentação e Ambiente de Espanha.
Perante estes cenários desgraçados o Governo português tem o dever de agilizar os meios e instrumentos para valer e minimizar o desespero de todo este povo e de esclarecer e responder às questões que os cidadãos do Tejo colocam na carta aberta dirigida à Senhora Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, pretendendo esclarecer os seguintes factos:
1. O Governo espanhol continua a negar oficialmente a existência do projeto de um novo transvase desde o rio Tejo na Estremadura para a bacia do Segura, apesar das afirmações do Diretor-geral da Água?
2. A Comissão de Acompanhamento do Desenvolvimento da Convenção de Albufeira foi informada da existência deste projeto e equacionou as suas repercussões no rio Tejo em Portugal e a necessária revisão da Convenção de Albufeira?
3. A Administração da Região Hidrográfica do Tejo teve conhecimento da existência de um projeto para este novo transvase desde o rio Tejo na Estremadura espanhola para a bacia do Segura e considerou as suas repercussões na elaboração do Plano da Região Hidrográfica do Tejo que afirma ter sido coordenado com a sua congénere espanhola, a Confederação Hidrográfica do Tejo?
As populações ribeirinhas têm direito a estes esclarecimentos e a conhecer o futuro que está reservado ao rio Tejo, um dos maiores rios ibéricos e internacionais, que merece um futuro melhor do daquele que se supostamente se avizinha no horizonte.
*Hora Cósmica*
Ao nível planetário as alterações climatéricas (visíveis em fenómenos como o “El Niño”) acentuam-se progressivamente, sendo que a maioria dos cientistas afirma que são culpa da mão invisível do homem, enquanto uma pequena minoria considera que o Homem ainda não dispõe de conhecimento suficiente sobre a atividade na troposfera nem de provas científicas suficientes para saber se estas resultam fundamentalmente da ação do homem ou da própria natureza.
O degelo da calote polar é evidência disso mesmo e coloca em risco todo o Planeta. Não menos importante é degelo dos Himalaias que alimenta os rios e as reservas de água de toda a Ásia suprindo as necessidades de água de biliões de seres humanos.
A inação que esteve patente na conferência do Rio +20 é a evidência da falta de vontade dos líderes mundiais para o cenário de catástrofe eminente que estas alterações do clima anunciam à humanidade.
Após tudo isto afirmamos que queremos salvar o Planeta?
O Planeta não quer saber de nós, sempre existiu e continuará a existir ainda que cometamos todas as espécies de loucuras destruidoras do seu ambiente natural e social.
O que devemos fazer?
Lutar pela salvação do Tejo, do Planeta e pela nossa própria.
O TEJO, O PLANETA E O POVO MERECEM!
Paulo Constantino
[1] A palavra Tejo usada isoladamente significa o rio Tejo e seus afluentes, ou seja, toda a bacia hidrográfica do Tejo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

NOTA DE IMPRENSA - AGIR EM DEFESA DO TEJO - 6 de Agosto de 2012

NOTA DE IMPRENSA
6 de Agosto de 2012
AGIR EM DEFESA DO TEJO
Após a Carta Aberta à Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território questionando a existência do projeto de um novo transvase desde o rio Tejo na Estremadura para a bacia do Segura (aqui), o Movimento Pelo Tejo enviou pedidos de informação e reunião à Comissão para a Aplicação e o Desenvolvimento da Convenção sobre a Cooperação para a Proteção e o Aproveitamento Sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas (CADC), à Agência Portuguesa do Ambiente e à Administração da Região Hidrográfica do Tejo tendo em vista realizar uma análise mais aprofundada dos desenvolvimentos da coordenação dos Planos de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo/ Tajo e do seu impacto na Convenção de Albufeira.
Relevamos a importância do pedido de informação sobre os resultados da reunião de coordenação entre a Agência Portuguesa do Ambiente, as Administrações das Regiões Hidrográficas (em especial da ARH Tejo), a Direção da Água e a Confederação Hidrográfica do Tejo, ambas do Ministério da Agricultura, Alimentação e Ambiente de Espanha, que teve lugar no passado dia 26 de Julho de 2012, bem como os resultados da próxima reunião da CADC, a realizar-se no próximo mês de Setembro de 2012.
Estes contributos permitirão elevar o debate da estratégia ibérica em defesa do Tejo que ocorrerá na ASSEMBLEIA GERAL do proTEJO – Movimento Pelo Tejo, no dia 13 de Outubro de 2012 (sábado) pelas 14 horas e 30 minutos, em Vila Nova da Barquinha, em local a indicar, para o qual convidamos todos os cidadãos da Bacia do Tejo e que terá a seguinte ordem de trabalhos:
1º Apresentação do relatório de atividades dos anos 2011 e 1º Semestre de 2012;
2º Preparação da participação do proTEJO nas VI Jornadas Ibéricas “POR UM TEJO VIVO”;
3º Apresentação das Alegações ao Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo – LPN, QUERCUS e proTEJO;
4º Apresentação e aprovação das atividades e objetivos estratégicos para 2012/2013;
5º Debate: “Que futuro para o Movimento Pelo Tejo”.
A documentação de apoio será enviada brevemente a todos os membros do movimento.
Esta iniciativa encontra-se aberta às organizações e aos cidadãos que referenciem como partilhando este objectivo, pelo que agradecemos que as convidem a estarem presentes.
As populações ribeirinhas têm direito a estes esclarecimentos e a conhecer o futuro que está reservado ao rio Tejo, um dos maiores rios ibéricos e internacionais, que merece um futuro melhor do daquele que se supostamente se avizinha no horizonte.
O TEJO MERECE!
PARTICIPEM!
SÓ COM A VOSSA PRESENÇA PODEMOS SEGUIR EM FRENTE NA DEFESA DO TEJO!
A PARTICIPAÇÃO DOS ADERENTES E O ENVOLVIMENTO DOS CONVIDADOS É UM IMPORTANTE INCENTIVO MORAL!
CONTAMOS CONVOSCO!

terça-feira, 24 de julho de 2012

proTEJO NO 4º ENCONTRO NACIONAL DO PROJECTO RIOS

O proTEJO participou no 4º Encontro Nacional do Projecto Rios que é "um Projeto que visa a participação social na conservação dos espaços fluviais, procurando acompanhar os objetivos apresentados na Década da Educação das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e contribui para a implementação da Carta da Terra e da Diretiva Quadro da Água".
Noticia Expresso
Apresentação proTEJO

sexta-feira, 20 de julho de 2012

PERGUNTA ESCRITA DO DEPUTADO JOÃO FERREIRA DO GRUPO PARLAMENTAR DO PCP À COMISSÃO EUROPEIA

PERGUNTA ESCRITA SOBRE A "Situação ambiental da bacia hidrográfica do Tejo em resultado da política de transvases"
Diversas organizações não governamentais e grupos de cidadãos, de Portugal e de Espanha, têm vindo a manifestar a sua preocupação face à situação da bacia hidrográfica do Tejo. Em especial, têm vindo a ser referidos os efeitos nefastos dos transvases construídos no lado espanhol. Esta semana, o movimento português “Protejo” lançou mais um alerta, em face dos planos que estarão em curso para a construção de novos transvases entre o médio Tejo espanhol e as bacias do Guadiana e do Segura. Segundo este movimento, os projectos dos novos transvases vêm aumentar significativamente o risco de uma redução extrema de caudal, que tem vindo a acentuar-se nos últimos anos, e que acarretou já sérios prejuízos para muitos agricultores dependentes das águas do Tejo. Em diversas outras ocasiões, têm também vindo a ser referidos os problemas relacionados com uma progressiva salinização das águas do Tejo, em Portugal, em áreas onde a actividade agrícola tem hoje uma importância fulcral.
Estas preocupações somam-se às que também em Espanha diversas organizações e cidadãos têm vindo a manifestar. Recentemente, foi apresentada à Comissão de Petições do Parlamento Europeu uma exposição detalhada na qual se chama a atenção para a preocupante degradação do estado de conservação ambiental da bacia do Tejo, em resultado da política de transvases. Estes cidadãos alertam para a progressiva diminuição do caudal do rio e, bem assim, para os impactos negativos daí decorrentes, quer para diversos habitats protegidos pela legislação comunitária, quer para um conjunto de actividades económicas que se desenvolvem a jusante dos transvases.
Em face do exposto, solicito à Comissão Europeia que me informe sobre o seguinte:
1. Que acompanhamento tem vindo a fazer desta problemática?
2. Tem conhecimento de planos das autoridades espanholas para a construção de novos transvases no rio Tejo?
3. Tem conhecimento de violações da legislação existente, seja no domínio ambiental (relativa à conservação de espécies e habitats protegidos), seja no domínio da qualidade da água ou outros, em resultado da política de transvases no rio Tejo?
4. Que acções e medidas irá adoptar em função das informações disponíveis e das preocupações supra-mencionadas?

terça-feira, 17 de julho de 2012

PARECER DA LPN SOBRE O PROJETO DE PLANO DE GESTÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO

No âmbito do procedimento de consulta pública a LPN – Liga para a Protecção da Natureza, membro do proTEJO, apresentou o seu próprio parecer sobre o projecto do Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo (PGRHT), o qual, na sequência das questões apontadas como relevantes, deixa as seguintes recomendações:
- Incluir uma caracterização da problemática das espécies exóticas não apenas para as massas de água localizadas em rios, mas também para as águas de transição e costeiras.
- Prever medidas específicas para esta temática no programa de medidas;
- Apresentar uma classificação do estado das massas de água de transição com base nos elementos biológicos e químicos disponíveis e prever medidas específicas para solucionar os problemas metodológicos identificados para efectuar esta classificação;
- Apresentar uma estratégia de coordenação entre o PGRH do Tejo e o POE do Tejo, para garantir uma maior eficiência entre as acções previstas em ambos os planos;
- Apresentar uma análise específica que demonstre a coordenação do PGRH do Tejo com o “Plan Hidrológico de la Cuenca del Tajo”, tal como previsto no âmbito da Directiva-Quadro da Água, e prever programas de medidas que visem a resolução de problemas relacionados com a gestão de caudais transfronteiriços e problemas de qualidade resultantes das afluências de Espanha;
- Definir prioridades das linhas de água a reabilitar em função dos valores de conservação presentes e apresentar programas de medidas específicos para as linhas de água prioritárias.

O GOVERNO ESPANHOL FAZ RENASCER DAS CINZAS O NOVO TRANSVASE DA ESTREMADURA PARA O LEVANTE ESPANHOL

 
NOTA DE IMPRENSA
proTEJO - Movimento Pelo Tejo
17 de Julho de 2012
O GOVERNO ESPANHOL FAZ RENASCER DAS CINZAS O NOVO TRANSVASE DA ESTREMADURA PARA O LEVANTE ESPANHOL
O Governo Espanhol, pela voz do seu Diretor- geral da Água Joan Urbano, faz renascer das cinzas o planeamento do novo transvase da Extremadura espanhola, do rio Tiétar em Valdecañas, para a bacia do Segura no Levantes espanhol, após dois anos de negação oficial desta intenção ao Governo português.
Eis que agora o Diretor geral da Água faz prova de vida deste projeto de transvase que desde Junho de 2009 o proTEJO tem vindo a denunciar.
Como afirmámos em Fevereiro deste ano (ver aqui) este novo transvase (o quarto a acrescer aos três atualmente existentes - ver aqui e aqui) para a bacia do Segura irá colocar em causa as reservas hídricas da Estremadura que têm garantido o cumprimento da Convenção de Albufeira por parte do Governos espanhol, aumentando significativamente o risco de uma extrema redução de caudal que o rio Tejo tem vindo a acentuar-se desde 2007 com o inerente agravamento da seca, que tem vindo a ser “artificialmente“ induzida no Ribatejo e que em Março deste ano já deixou sem capacidade de rega os agricultores a quem o rio Tejo dá o seu sustento.
“Artificialmente” porque o Governos Espanhol não obriga o operador hidroelétrico das barragens da Estremadura a descarregar parte das significativas reservas de água que as barragens da Estremadura, encontrando-se o caudal na barragem de Cedilho, à entrada de Portugal, justamente no limiar mínimo que garante o cumprimento da Convenção de Albufeira com 7,6 hm3/semana, mas muito abaixo do caudal enviado para o levante espanhol pelo transvase Tejo - Segura em média de 19,55 m3/s na semana passada.
Neste sentido o proTEJO – Movimento Pelo Tejo solicita ao Governo português os seguintes esclarecimentos:
1. O Governo espanhol continua a negar oficialmente a existência do projeto de um novo transvase desde o rio Tejo na Estremadura para a bacia do Segura, apesar das afirmações do Diretor-geral da Água?
2. A Comissão de Acompanhamento do Desenvolvimento da Convenção de Albufeira foi informada da existência deste projeto e equacionou as suas repercussões no rio Tejo em Portugal e a necessária revisão da Convenção de Albufeira?
3. A Administração da Região Hidrográfica do Tejo teve conhecimento da existência de um projeto para este novo transvase desde o rio Tejo na Estremadura espanhola para a bacia do Segura e considerou as suas repercussões na elaboração do Plano da Região Hidrográfica do Tejo que afirma ter sido coordenado com a sua congénere espanhola, a Confederação Hidrográfica do Tejo?
As populações ribeirinhas têm direito a estes esclarecimentos e a conhecer o futuro que está reservado ao rio Tejo, um dos maiores rios ibéricos e internacionais, que merece um futuro melhor do daquele que se supostamente se avizinha no horizonte.
O TEJO MERECE!


COMUNICADO DE IMPRENSA
Plataforma em defesa do rio Tejo e Alberche de Talavera de la Reina
16 de Julho de 2012
A Plataforma exige uma justificação imediata ao Diretor Geral da Água do ministério sobre as suas declarações sobre o transvase do médio Tejo, ou que seja desautorizado ou destituído pelo Secretário de Estado ou pelo próprio Ministro da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente.
Da mesma forma, a plataforma convida o Diretor-geral da Água a visitar Talavera de la Reina, para comprovar a quantidade de água que nos sobra, o estado dos nossos rios, e, finalmente, se se atrever, proponha aqui, diante de nós, o transvase do médio Tejo.
A partir da Plataforma, queremos dizer que estamos fartos que se olhe sempre para o mesmo lugar, ao propor um transvase de água para o Levante. Já suportamos o transvase da cabeceira do Tejo, o do Alberche para Madrid, e como se fosse pouco, pretendem levar o Tiétar e/ou o Tejo de Valdecañas. Consideramos um verdadeiro insulto as intenções e as maneiras do Diretor-geral da Água do Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente, Juan Urbano. Em primeiro lugar, é um absurdo que, tendo os regantes do Alberche saído em protesto, no último sábado, porque não têm água para regar, se planeie um transvase a partir deste território já bastante insultado e explorado. O Sr. Urbano não considera esta região "excedentária", mas como os seus antecessores, considera-a terra de espoliação, e diz em Murcia, com total petulância, que daqui se poderia levar água, isso sim, metendo no assunto Castilla -La Mancha, mais especificamente Ciudad Real, como possível destinatária de parte do transvase, que a ninguém escapa que tem como destino final o Segura.
Desconhecemos se o Diretor geral da Água tem autoridade para determinar todo o planeamento hidrológico, planos de bacia hidrográfica, incluindo o do Tejo, que não prevê "excedentes" transvasáveis nem em Valdecañas nem no Tiétar. Principalmente porque não existem "excedentes", e se acham que não que perguntem a Portugal. Mas é um despropósito que ponha uma manta na cabeça e vá dizer para Múrcia o que ali querem ouvir. Será que este individuo está a soldo de Múrcia? E em Castilla-La Mancha? Já conta com o governo? Sabem, aprovam, estão ao corrente ou rejeitam este hipotético transvase que atravessar a região de oeste para leste? O Diretor-geral da Água quer fomentar o confronto entre as províncias de Toledo e Ciudad Real, para que no final, como sempre, seja Murcia a levar o gato à água?
A partir da Plataforma em defesa do rio Tejo e Alberche convidamos o Diretor-Geral da Água do Ministério a visitar Talavera de la Reina. E a explicar aos regantes do Canal Baixo do Alberche porque não têm água do Alberche para regar. Queremos a mesma atenção e dedicação que mostrou com os regantes do Tejo-Segura, em Múrcia. Nem mais nem menos, porque todos pagamos por igual o seu salário. E já agora, convidamo-lo a visitar o rio Tiétar e o reservatório de Valdecañas, para que nos informe onde estão o excedentes. Se por causa dos cortes, e apesar da proximidade de Madrid, o senhor Diretor-geral não pode deslocar-se, nós vamos buscá-lo e levamo-lo onde for necessário.
Finalmente, a partir da Plataforma queremos transmitir ao governo de Espanha que não nos ignore mais e não nos continue a considerar cidadãos de segunda classe, habitantes de uma hidro-colónia, e lhe pedimos para não voltar a seguir o caminho já trilhado pelo anterior governo socialista. Aqui realizou-se uma manifestação no passado sábado, onde estiveram todos os partidos políticos, pedindo unidade, boa vontade e soluções. Soluções que em nenhum caso podem passar por dar mais uma punhalada nesta terra, ao Tejo e a Castilla-La Mancha. Que fique bem claro: temos demonstrado que somos dialogantes, que defendemos a justiça para o Tejo e para esta terra. Mas não vamos consentir mais ofensas e insultos como os do Diretor-geral da Água. Isso acabou. Esperamos e pedimos ao Ministério boa vontade.
Notícia do Jornal “La Verdad” de 12 de Julho de 2012
Traçado do hipotético transvase do Médio Tejo,
publicado pela ABC em 13 de Agosto de 2008
http://hemeroteca.abc.es/nav/Navigate.exe/hemeroteca/madrid/abc/2008/08/13/014.html
Mais informações:
Miguel Ángel Sanchez: 616 983715
Miguel Méndez-Cabeça: 608 212713


NOTA DE PRENSA
Plataforma en defensa de los ríos Tajo y Alberche de Talavera de la Reina
16 julio 2012
La Plataforma exige una rectificación inmediata al director general del Agua del ministerio sobre sus declaraciones sobre el trasvase del Tajo medio, o que sea desautorizado o destituido por el secretario de Estado o por el propio ministro de Agricultura, Alimentación y Medio Ambiente.
Igualmente, la Plataforma invita al director general del Agua a visitar Talavera de la Reina, para que compruebe la cantidad de agua que nos sobra, el estado de nuestros ríos, y finalmente, si se atreve, proponga aquí, delante de nosotros, el trasvase del Tajo medio.
Desde la Plataforma queremos decir que estamos HARTOS de que siempre se mire al mismo sitio cuando se propone un trasvase de agua hacia el Levante. Ya soportamos el de la cabecera del Tajo, el del Alberche a Madrid; y por si fuera poco pretenden llevarse el Tiétar y/o el Tajo en Valdecañas. Consideramos un auténtico insulto las intenciones y las maneras del director general del Agua del ministerio de Agricultura, Alimentación y Medio Ambiente, Juan Urbano. En primer lugar es un sinsentido que habiendo salido en manifestación el pasado sábado los regantes del Alberche porque no tienen agua para regar, se plantee un trasvase desde este territorio ya bastante vapuleado y saqueado. El señor Urbano no considera a esta comarca “excedentaria” sino que al igual que sus predecesores, la considera tierra de expolio, y con total chulería habla en Murcia de que desde aquí se podría llevar agua, eso sí, metiendo en el asunto a Castilla-La Mancha, concretamente a Ciudad Real, como posible receptora de parte del trasvase, que a nadie escapa que tiene como destinatario final el Segura.
Desconocemos si el director general del Agua tiene autoridad para pasarse por la piedra toda la planificación hidrológica, los planes de cuenca entre ellos el del Tajo, que no plantean “excedentes” trasvasables ni en Valdecañas ni en el Tiétar. Más que nada porque no existen “excedentes”, y si no que se lo pregunten a Portugal. Pero es un despropósito que se líe la manta a la cabeza y se vaya a Murcia a decir lo que allí quieren oír. ¿Es que este individuo está a sueldo de Murcia? ¿Y en Castilla-La Mancha? ¿Ha contado con su gobierno? ¿Saben, aprueban, están al corriente o rechazan este hipotético trasvase que atravesaría la región de oeste a este? ¿Quiere fomentar el director general del Agua un enfrentamiento entre las provincias de Toledo y Ciudad Real, para que al final y como siempre, el gato al agua se lo lleve Murcia?
Desde la Plataforma en defensa de los ríos Tajo y Alberche invitamos al director general del Agua del ministerio a que visite Talavera de la Reina. Y explique a los regantes del Canal Bajo del Alberche por qué no tienen agua del Alberche para regar. Queremos la misma atención y dedicación que ha mostrado con los regantes del Tajo-Segura en Murcia. Ni más ni menos, porque todos le pagamos por igual su sueldo. Y una vez aquí, le invitamos a visitar el río Tiétar y el embalse de Valdecañas, para que nos cuente dónde están los excedentes. Si por los recortes, y pese a la proximidad de Madrid, no puede desplazarse el señor director general, nosotros le vamos a buscar y le llevamos a donde haga falta. Faltaría más.
Finalmente desde la Plataforma queremos transmitir al gobierno de España que no nos ignoren y nos consideren por más tiempo ciudadanos de segunda categoría, habitantes de una hidrocolonia; y le pedimos que no vuelvan a recorrer la senda ya trillada por el anterior gobierno socialista. Aquí hubo una manifestación el pasado sábado, donde estuvieron todos los partidos políticos, se pedía unidad, altura de miras, y soluciones. Soluciones que en ningún caso pueden pasar por pegar una nueva puñalada a esta tierra, al Tajo y a Castilla-La Mancha. Que quede bien claro: hemos demostrado que somos dialogantes, que defendemos la justicia para con el Tajo y con esta tierra. Pero no vamos a consentir más ofensas e insultos como los del director general del Agua. Eso se acabó. Y esperamos y pedimos al ministerio altura de miras.
Noticia aparecida en La Verdad el 12 de julio de 2012:
Trazado del hipotético trasvase del Tajo medio, publica por ABC el 13 de agosto de 2008
http://hemeroteca.abc.es/nav/Navigate.exe/hemeroteca/madrid/abc/2008/08/13/014.html
Más información:
Miguel Ángel Sánchez: 616 983715
Miguel Méndez-Cabeza: 608 212713

terça-feira, 10 de julho de 2012

MANIFESTAÇÃO EM DEFESA DO TEJO E DO ALBERCHE EM TALAVERA DE LA REINA

DIVULGAÇÃO DE COMUNICADO

COMUNIDADE DE REGANTES DO CANAL BAIXO DO ALBERCHE

PLATAFORMA EM DEFESA DOS RIOS TEJO E ALBERCHE DE TALAVERA

Estimados amigos e companheiros da Plataforma, como sabeis, este ano os regantes de Talavera e da sua planície, com as localidades Talavera la Nueva, Alberche e Calera, vão ser obrigados pelo Ministério do Meio Ambiente a regar com água do Tejo que será bombeada do ribeiro de las Parras, negando-se a água do Alberche aos nossos agricultores e ganadeiros, quando as reservas de Madrid são mais do que suficientes. O mesmo aconteceu em 2006 e todos sabemos os problemas de bombeamento e contaminação dos solos e aquíferos que isso originou, a tal ponto que muitos agricultores do vale se recusaram a regar os campos com as águas sujas do Tejo. Mais uma vez são violados os direitos desta terra à água dos seus rios em benefício de outros e, infelizmente, pode ser um precedente para que não se volte a utilizar a água limpa do Alberche, muito melhor para as culturas e menos contaminante. A agricultura e a pecuária que dependem dos regadios são dois dos recursos básicos da região e dos quais depende a instalação de indústrias agro – alimentares que aqui se possam instalar assim bem como muitos outros sectores económicos (veículos, máquinas, instaladores e vendedores de máquinas de irrigação, fertilizantes, pesticidas, rações, lojas de ferragens, construtoras, etc...) com subsequentes postos de trabalhos que deles dependem. A deterioração do nosso regadio é a deterioração da nossa economia e pode agravar ainda mais a situação dramática que sofre a nossa cidade. Também queremos modernizar os regadios para que as necessidades de água sejam menores e impulsionar a economia local, colocando em regadio mais dois mil hectares. O Alberche também é o nosso rio, faz parte do nosso património cultural e ambiental e queremo-lo vivo, porque é o fluir da água para a irrigação que lhe confere caudal no verão, mantendo os seus ecossistemas. Por tudo isto, a partir da Comunidade de Regantes e da Plataforma temos que pedir-vos que incentivem as vossas organizações e todos os membros e simpatizantes das vossas organizações para que participem na manifestação do dia 14 de Julho que às 11h30m partirá da Porta de Cuartos e passeo de los Leones e terminará na Avenida Salvador Allende, em frente aos Arcos del Prado. Esta não é uma manifestação contra ninguém mas que quer reivindicar com a maior firmeza o que é justo para a nossa terra.
ESPERAMO-VOS A TODOS

COMUNIDAD DE REGANTES DEL CANAL BAJO DEL ALBERCHE

PLATAFORMA EN DEFENSA DE LOS RÍOS TAJO Y ALBERCHE DE TALAVERA

Estimados amigos y compañeros de la Plataforma, como sabéis, este año los regantes de Talavera y su vega, con las localidades deTalavera la Nueva, Alberche y Calera, van a ser obligados por el Ministerio de Medio Ambiente a regar con agua del Tajo que se bombeará desde el arroyo de las Parras, negándose el agua del Alberche a nuestros agricultores y ganaderos cuando las reservas de Madrid son más que suficientes. Esto mismo sucedió en el año 2006 y todos conocéis los problemas de bombeo y contaminación de tierras y acuíferos que supuso, hasta el punto de que muchos de los agricultores de la vega se negaron a regar sus campos con las aguas sucias del Tajo. Una vez más son vulnerados los derechos de esta tierra al agua de sus ríos en beneficio de otros, y lamentablemente puede ser un antecedente para que no se vuelva a utilizar el agua limpia del Alberche, mucho mejor para los cultivos y menos contaminante. La agricultura y la ganadería que dependen de los regadíos son dos de los recursos básicos de la comarca y de los que dependen la instalación de industrias agroalimentarias que puedan instalarse aquí así como otros muchos sectores económicos (vehículos, maquinaria, instaladores y comerciantes de aparataje de riego, abonos, fitosanitarios, piensos, ferreterías, constructores etc etc..) con los consiguientes puestos de trabajo que dependen de ellos. El deterioro de nuestros regadíos es el deterioro de nuestra economía y podría agravar aún más la situación dramática que sufre nuestra ciudad. Queremos también modernizar los regadíos para que las necesidades de agua sean menores y dinamizar la economía local poniendo en riego otras dos mil hectáreas más. El Alberche es también nuestro río, forma parte de nuestro patrimonio cultural y ambiental y lo queremos vivo, porque es el fluir del agua de riego el que hace que tenga caudal en verano, manteniendo también sus ecosistemas. Por todo ello desde la Comunidad de Regantes y desde la Plataforma tenemos que pediros que animéis a vuestros directivos y a todos los afiliados y simpatizantes de vuestras organizaciones para que acudan a la manifestación que el día 14 de Julio a las 11,30 partirá de la Puerta de Cuartos y paseo de los Leones y terminará en la Avenida de Salvador Allende, frente a los Arcos del Prado. Os lo pedimos en solidaridad con nuestros agricultores y por el futuro de nuestra ciudad. Esta no es una manifestación contra nadie pero quiere reivindicar con la mayor firmeza lo que es de justicia para nuestra tierra.
OS ESPERAMOS A TODOS