segunda-feira, 5 de maio de 2025
II Encontro Nacional de Cidadania pela Defesa dos Rios e da Água – Fluviário Foz do Zêzere, Constância – 31 de maio de 2025
sábado, 26 de abril de 2025
proTEJO reivindicou hoje a rejeição do novo açude no rio Tejo em Constância / Praia do Ribatejo (VN da Barquinha) em defesa de um rio Tejo Vivo e Livre com dinâmica fluvial sem novos açudes e barragens, em descida de canoa
26 de abril de
2025
proTEJO reivindicou hoje a rejeição do novo açude no rio Tejo em
Constância / Praia do Ribatejo (VN da Barquinha) em defesa de um
rio Tejo Vivo e Livre com dinâmica fluvial
sem novos açudes e barragens, em descida de canoa
O proTEJO realizou hoje uma jornada “Não ao açude no rio Tejo em
Constância / Praia do Ribatejo” que se iniciou pela manhã com a descida de
canoa “12º Vogar contra a indiferença” com 120 participantes em 60 kayaks que
coloriram os rios Zêzere e Tejo defendendo os rios Vivos sem poluição e Livres
de açudes e barragens para assegurar a conservação dos ecossistemas e habitats
aquáticos, o usufruto do rio pelas populações ribeirinhas e os fluxos
migratórios das espécies piscícolas.
O
"12º Vogar contra a indiferença" iniciou-se pela manhã na praia
fluvial de Constância e continuou com um percurso fluvial em canoa partindo da
bela Vila de Constância pelo rio Zêzere e seguiu pelo rio Tejo até ao esplendoroso
Castelo de Almourol facultando aos participantes uma experiência de defesa de uma causa comum, de comunhão com o rio e de
fluviofelicidade com a beleza desta paisagem natural e cultural.
A “Carta Contra a Indiferença” (em
espanhol) que hoje publicamos e lida na
demonstração ibérica “Por Um Tejo Livre” exige
a rejeição do novo açude no rio Tejo em Constância / Praia do Ribatejo (VN da
Barquinha) em defesa de um rio Tejo Vivo e Livre com dinâmica fluvial sem novos
açudes e barragens, bem como a necessidade de uma gestão sustentável da bacia
hidrográfica do Tejo com base no princípio da unidade da sua gestão, o
cumprimento da Diretiva Quadro da Água, nomeadamente, no sentido de alcançar o
bom estado ecológico dos rios e a valorização e promoção da identidade cultural
e social das populações ribeirinhas do Tejo.4º. A valorização e promoção da
identidade cultural e social das populações ribeirinhas do Tejo.
Esta Carta pretende ser um testemunho de que a conservação
ecológica dos rios Zêzere e Tejo, bem como dos restantes rios da bacia do Tejo,
é um tributo que os cidadãos devem oferecer para a sustentabilidade da Vida e
para a conservação do seu património, sendo hoje urgente defender rios Vivos
sem poluição e Livres com dinâmica fluvial de
modo a garantir: a qualidade das massas de água superficiais e subterrâneas; a
conservação dos ecossistemas, dos habitats e da biodiversidade; o
estabelecimento de verdadeiros caudais ecológicos; a rejeição dos projetos de
construção de novos açudes e barragens e a exigência de uma regulamentação
adequada para as barreiras que já existem; um regime fluvial adequado à
migração e reprodução das espécies piscícolas; e uma conectividade fluvial
proporcionada por eficazes passagens para peixes e pequenas embarcações.
Entre
estes cidadãos contou-se com a participação de amigos do Tejo de Espanha
pertencentes à Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e
seus afluentes, provando-se que a defesa da Vida nos rios ibéricos
ultrapassa as fronteiras administrativas e une os cidadãos com os mesmos
problemas, independentemente da sua nacionalidade.
Realizou-se
ainda a consciencialização das populações
ribeirinhas para o aumento das pressões negativas que resultam da sobre
exploração da água do Tejo: as que se avizinham, com projetos de construção de
novos açudes e barragens, e as que já existem, face à gestão economicista das
barragens hidroelétricas da Estremadura espanhola, aos transvases da água
do Tejo para a agricultura intensiva no sul de Espanha e à agressão da poluição
agrícola, industrial, urbano e nuclear. Foram ainda realçados a importância do
regresso de modos de vida ligados à água e ao rio e das atividades de educação
ambiental e turismo de natureza, cultural e ambiental.
Esta
atividade foi promovida pelo proTEJO
– Movimento pelo Tejo, pelo município de
Constância, pelo município de Vila Nova da Barquinha, pela junta
de freguesia de Constância,
pela junta de freguesia de Praia do Ribatejo, pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, pelo Fluviário “Foz do Zêzere”, contando
com o apoio das empresas de canoagem Aventur – Aventura e Lazer e AKWA
- Water and Adventure Tours, da Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha e da Rede
de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes.
Os rios Tejo e Zêzere, e
suas populações ribeirinhas merecem-no!
Ana Silva e Paulo Constantino
Os
porta vozes do proTEJO
Mais informação: +351 91 906 13 30
Carta
Contra a Indiferença – português
Carta
Contra a Indiferença – espanhol
segunda-feira, 21 de abril de 2025
proTEJO apresentou hoje a sua “Discordância” sobre a estratégia “Água que une” que considera um desastre ecológico e social
Nota de Imprensa
21 de abril de 2025
“proTEJO
apresentou hoje a sua “Discordância” sobre a estratégia “Água que une” que considera
um desastre ecológico e social"
O proTEJO - Movimento pelo Tejo apresentou hoje a sua “Discordância” sobre a estratégia
“Água que une”, no portal Participa, a qual considera um
desastre ecológico e social por representar uma visão de curto prazo que
continua a favorecer o crescimento dos sectores do agro-negócio, da banca, da
construção civil e do imobiliário à custa da degradação de uma ecologia do
planeta favorável à sustentabilidade da Vida.
Esta estratégia é essencialmente apressada, eleitoralista,
economicista e megalómana face à circunstância de um Governo demissionário
cujas propostas estão objetivamente focadas, em termos de prazos de execução no
curto prazo, na construção de inúmeras novas infraestruturas hidráulicas
(barragens, transvases e açudes) que conduzem a um desastre ecológico e social,
apresentam um risco elevado de ficarem rapidamente subutilizadas sem o retorno económico
esperado, e que não foram consensualizadas com a sociedade portuguesa e com as
pessoas que vão ser diretamente afetadas.
Esta participação pública encontra-se
ainda inquinada pelo facto de apenas ser disponibilizado o sumário executivo[1] da estratégia em
apreciação, sonegando o documento integral que, com certeza, sumariza.
Mais concretamente, o proTEJO considera, quanto à
estratégia “Água que une”, que:
1º Não concilia os
valores económicos com os valores ecológicos e sociais, por não assegurar nem a
sustentabilidade económica de médio-longo prazo, nem a sustentabilidade
ambiental, só possível através de uma ação urgente sobre a conservação e o restauro
da natureza.
Na realidade, conduz a um desastre ecológico e
social pelos graves danos causados pelos seguintes projetos:
●os transvases de ligação de bacias hidrográficas distintas,
nomeadamente, do Douro e do Mondego para o Tejo e do Tejo para o Guadiana com
as denominadas “autoestradas da água” (ex: ligação Sabugal-Meimoa), vão afetar
populações e degradar, destruir e fragmentar habitas, já globalmente debilitados;
vão permitir a transferência de poluição e de espécies entre estas bacias
provocando alterações nos seus ecossistemas;
● a construção de novas barreiras nos rios (barragens e açudes)
alteram a dinâmica e limitam a conectividade fluvial dos rios, destruindo a
biodiversidade pela afetação dos habitats e das condições de sobrevivência das
diversas espécies, causando uma deterioração adicional da qualidade das massas
de água, reduzindo a chegada de sedimentos às zonas costeiras e aumentando a
emissão de gases com efeitos de estufa que agravarão as alterações climáticas.
2º Nega-se a si própria
ao inverter as prioridades que foram estabelecidas na sua criação visto que os
contribuintes serão obrigados a pagar mais de 3 biliões de euros (3.174 M€)
para novas infraestruturas hidráulicas (barragens, transvases e açudes) e manutenção
das existentes, mais de metade do investimento total previsto (+ de 55% de 5
biliões de euros) quando tinha sido definido, nas prioridades da estratégia,
que estas infraestruturas seriam um último recurso.
Este valor será pago por todos os contribuintes
a partir do Orçamento de Estado português, tendo o caso da barragem do Pisão
demonstrado que a União Europeia não irá financiar novas grandes barragens por
ser uma política que está em contraciclo com Lei do restauro da natureza e com
a estratégia da UE para a biodiversidade 2030, que visa libertar de barreiras
25.000 km do curso natural dos rios até 2030 para assegurar a sua conectividade,
uma vez que provocam disfuncionalidades ecológicas que põem em causa a
sobrevivência das espécies, incluindo a humana.
Na verdade, as principais prioridades
inicialmente estabelecidas foram relegadas para último lugar, ao afetar-se à redução
das perdas de água, à eficiência do uso e à reutilização das águas residuais,
mais simples, mais económicas e mais ecológicas, apenas 1.989 M€, ou seja,
cerca de um terço (35%) do investimento total.
As medidas para a biodiversidade, a restauração
e a conectividade fluvial, são contempladas com uma insignificância de apenas
50 M€, menos de 1% do investimento total.
3º Encontra-se
orientada para o aumento do regadio (30%) com maior consumo de água e não para
satisfazer as atuais e futuras necessidades de água das populações com as
disponibilidades de água que ali existem.
É evidente a existência de um aproveitamento de
uma incorreta percepção de escassez de água que resulta, em grande medida, da
redução artificial de caudais dos rios pelas barragens, bem como de uma
ocupação e uso do solo que não favorece uma biodiversidade capaz de reinstalar
condições de fertilidade, de evapotranspiração, de purificação e de infiltração
de água nos solos.
4º Adicionalmente, não
responde a importantes questões: Qual o objetivo deste aumento do regadio? Para
quem plantar o quê? Para produzir como e consumir onde?
5º E ainda ficaram
esquecidas medidas estratégicas cujo impacto se prolonga em prazos mais ou
menos longos, nomeadamente, as soluções de engenharia natural e as que promovem
o restabelecimento de zonas húmidas e a infiltração da água nos solos, como
sejam, uma floresta com maior biodiversidade, a adaptação das culturas
agrícolas às alterações climáticas e o incentivo para uma agricultura
regenerativa.
Quanto ao Médio Tejo esta estratégia propõe a concretização de 3 projetos: o novo açude no rio Tejo em Constância / Praia do Ribatejo (VN Barquinha), o estudo da ligação da bacia do Tejo à bacia do Guadiana, e a construção de uma nova grande barragem no rio Ocreza.
Estes projetos são danosos para o
funcionamento dos ecossistemas, a paisagem natural e cultural, a economia
local, os espaços de vivência social e, portanto, para a Vida das pessoas, de
gerações atuais e vindouras, que irão ser afetadas pela construção destas novas
infraestruturas hidráulicas, sejam barragens, transvases ou açudes.
O proTEJO compromete-se a lutar ao lado das pessoas que têm
e irão ter as suas vidas afetadas pela construção de barragens e que tentam
impedir que estas sejam construídas sobre as suas histórias.
Bacia
do Tejo, 21 de abril de 2025
Ana Silva e Paulo Constantino
Os porta vozes do proTEJO
+ Informações: Paulo Constantino 919
061 330
[1] Documento intitulado no portal Participa como “Resumo executivo” e disponibilizado em ficheiro eletrónico com a designação “20250325_Agua que Une_Resumo Executivo_vf_5997”.
sexta-feira, 28 de março de 2025
Reserve a Data! - Save The Date! - 31 de maio de 2025 - II Encontro Nacional de Cidadania pela Defesa dos Rios e da Água
segunda-feira, 17 de março de 2025
O proTEJO convida os cidadãos a participarem, no dia 26 de abril de 2025, no "12º Vogar contra a indiferença - Por Um Tejo Livre”, atividade de descida de canoa com o lema “Não ao novo açude no rio Tejo em Constância / Praia do Ribatejo (VN Barquinha)"
Convite
12º
VOGAR CONTRA A INDIFERENÇA
Descida
de Canoa
Praia fluvial de Constância – Castelo de Almourol
DEMONSTRAÇÃO
IBÉRICA DE CIDADÃOS
“Por Um
Tejo Livre”
26 de abril de
2025
O movimento proTEJO convida-vos a celebrarem o próximo
dia 26 de abril de 2025 com a descida de canoa "12º Vogar contra a indiferença” e a demonstração
ibérica de cidadãos “Por Um Tejo Livre”.
Esta é uma ação de contestação sob o lema “Não ao novo açude no rio
Tejo em Constância/Praia do Ribatejo (VN Barquinha)" e pela defesa de rios
Vivos e Livres de açudes e barragens para assegurar a conservação dos ecossistemas e habitats aquáticos, os
fluxos migratórios das espécies piscícolas e o usufruto do rio pelas populações
ribeirinhas.
O "12º
Vogar contra a indiferença" inicia-se pela manhã na praia fluvial de Constância com a leitura da “Carta Contra a Indiferença” e continua com um percurso fluvial em
canoa para desfrutar da beleza natural do corredor ecológico do rio Tejo desde
a praia
fluvial de Constância com chegada junto ao esplendoroso
Castelo de Almourol.
Inscrição https://forms.gle/7wSEmSh2pv25fU288
Entre estes cidadãos conta-se uma participação muito
significativa de amigos do Tejo de Espanha pertencentes à Rede de Cidadania por
uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes, esperando-se muitos
participantes, como aliás é habitual, provando-se que a defesa da Vida nos rios
ibéricos ultrapassa as fronteiras administrativas e une os cidadãos com os
mesmos problemas, independentemente da sua nacionalidade.
A Demonstração
Ibérica de Cidadãos “Por Um Tejo Livre” decorrerá pela tarde com
intervenções dos cidadãos no Anfiteatro dos Rios
em Constância sobre a rejeição do novo açude
no rio Tejo em Constância / Praia do Ribatejo (VNB) e a preservação ecológica dos últimos troços dos rios Tejo e
Zêzere como rios Vivos sem poluição e Livres de açudes e barragens.
Pretende-se
ainda consciencializar as populações
ribeirinhas para o aumento das pressões negativas que resultam da sobreexploração
da água do Tejo: as que se avizinham, com projetos de construção de novos
açudes e barragens, e as que já existem, face à gestão economicista das
barragens hidroelétricas da Estremadura espanhola, aos transvases de água
do Tejo para a agricultura intensiva no sul de Espanha e à agressão da poluição
agrícola, industrial e nuclear. Serão ainda realçados a importância do regresso
de modos de vida ligados à água e ao rio e das atividades de educação ambiental
e turismo de natureza, cultural e ambiental.
Esta atividade
é promovida pelo proTEJO – Movimento pelo Tejo, pelo município de
Constância, pelo município de Vila Nova da Barquinha, pela junta
de freguesia de Constância,
pela junta de freguesia de Praia do Ribatejo, pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, pelo Fluviário “Foz do Zêzere”, contando
com o apoio das empresas de canoagem Aventur – Aventura e Lazer e AKWA
- Water and Adventure Tours, da Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha e da Rede
de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes.
Os rios
Tejo e Zêzere, e suas populações ribeirinhas merecem-no!
Ana Silva e Paulo Constantino
Os
porta vozes do proTEJO
Mais informação: +351 91
906 13 30
domingo, 16 de março de 2025
“Sessão de esclarecimento enche salão evidenciando o interesse da população em ser esclarecida e em participar no debate sobre o novo açude no rio Tejo”
“Sessão de esclarecimento enche salão evidenciando o interesse
da população em ser esclarecida e em participar no debate sobre o novo açude no
rio Tejo”
Hoje o salão nobre do município de Constância encheu em sessão de
esclarecimento à população sobre "O novo açude
no rio Tejo em Constância / Praia do Ribatejo (VN Barquinha)”, integrado
no Estudo de "Valorização dos Recursos Hídricos para a Agricultura no Vale
do Tejo e Oeste", promovida pelo município de Constância, pelo município de Vila Nova da Barquinha, pela junta de freguesia de Constância, pela junta
de freguesia de Praia do Ribatejo, pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, pelo Fluviário
“Foz do Zêzere” e pelo proTEJO – Movimento pelo Tejo.
Foi
comunicada a lamentável escusa da Direção Geral da Agricultura e do
Desenvolvimento Regional ao convite realizado pelos promotores para estarem
presentes e que realizassem uma apresentação que contribuísse para um melhor
esclarecimento à população.
Constatou-se
a unanimidade das posições de rejeição da proposta de um novo açude no rio Tejo
em Constância / Praia do Ribatejo (VN Barquinha) por parte destes decisores
políticos, empresariais e representantes de movimentos de cidadania, acompanhadas,
modo geral, pelos cidadãos que contribuíram ativamente e construtivamente com interessantes
abordagens e perspetivas para o esclarecimento e o debate deste tema.
Descarregar
a apresentação do proTEJO
Os
representantes dos munícipes e fregueses, dos empresários e dos cidadãos desta
região, lembraram ainda as seguintes ações que se
realizarão para mobilizar e sensibilizar os cidadãos no sentido de evitar o
avanço deste projeto e a construção deste açude:
· 26 abril - 12º Vogar contra a indiferença - Por Um Tejo Livre - Constância / Barquinha
“Não
ao novo açude no rio Tejo em Constância/Praia do Ribatejo (VNB)”
Realizar-se-á
uma descida de canoa desde Constância até ao Castelo de Almourol, que se prevê contar
com mais de 100 canoas e 200 participantes a colorirem o rio Tejo, os quais
irão navegar atravessando o local em que se propõe a construção do novo açude, sendo uma ação de sensibilização e
mobilização de cidadãos na defesa de um rio Tejo livre e vivo sem novos açudes.
· 31 de maio - 2º Encontro Nacional de Cidadania em Defesa dos
Rios e da Água - Constância
As
organizações que integram seis movimentos cívicos, de norte a sul do país,
promovem o “Encontro Nacional de Cidadania pela Defesa dos Rios e da Água” para
definir medidas e formas de mobilização da cidadania para combater a seca,
assegurar a proteção de rios e das águas subterrâneas e encontrar alternativas
aos transvases e construção de novas barragens, açudes e dessalinizadoras.
Pretende-se
um mútuo apoio e encorajamento entre estes movimentos cívicos e as populações
ribeirinhas do Tejo para que se alcance o abandono deste projeto de construção
de um novo açude no rio Tejo imediatamente a jusante da foz do Zêzere.
Espera-se
que até final do mês de março seja publicado o relatório de avaliação da consulta
pública do Estudo da “Valorização dos Recursos Hídricos para a Agricultura no
Vale do Tejo e Oeste” que incidirá sobre o significativo número de 109
participações apresentadas no portal Participa até ao passado dia
28 de fevereiro de 2025.
O
Movimento proTEJO apresentou o seu Parecer de “Discordância” sobre o Estudo da “Valorização dos Recursos Hídricos para a
Agricultura no Vale do Tejo e Oeste” e a subjacente proposta de um novo açude no
rio Tejo, na zona de Barquinha / Constância, ao qual muitos cidadãos aderiram.
O parecer de “Discordância” ao Estudo "Valorização dos Recursos Hídricos
para a Agricultura no Vale do Tejo e Oeste" justifica-se pelos graves
danos ecológicos que o novo açude irá exercer sobre os ecossistemas das bacias
do rio Zêzere e do rio Tejo em incumprimento das Diretivas Quadro da Água, Aves
e Habitats, e da Estratégia para a Biodiversidade 2030 da União Europeia, bem
como pelos danos económicos, sociais, patrimoniais e de paisagem cultural que afetarão as populações ribeirinhas dos concelhos de Vila Nova da Barquinha e Constância, e, ainda, pela apresentação de uma
Avaliação Ambiental que não cumpre os requisitos para que seja considerada como
“Estratégica”.
O
proTEJO – Movimento pelo Tejo deliberou nos seguintes termos:
1. A rejeição da construção do novo
açude em virtude dos seus graves danos ecológicos em incumprimento das
Diretivas Quadro da Água, Aves e Habitats, e da Estratégia para a
Biodiversidade 2030 da União Europeia;
2. A defesa da preservação dos últimos 120 km um rio Tejo Vivo e
Livre com dinâmica fluvial privilegiando o desenvolvimento regional sustentável
assente em novas politicas e práticas agrícolas que favoreçam os valores
ecológicos que sustentam a Cadeia da Vida, ao mesmo tempo que promovem o
turismo de natureza e cultural, as atividades piscatórias tradicionais e a
gastronomia centrada nessas atividades, estratégia que não estará alinhada com
o projeto de um novo açude que irá causar danos económicos, sociais,
patrimoniais e de paisagem cultural, bem como o agravamento dos riscos de
segurança causado pelas alterações hidromorfológicas que afetarão as populações
ribeirinhas dos concelhos de Vila Nova da Barquinha e Constância;
3. O requerimento de uma verdadeira Avaliação Ambiental Estratégica
(AAE) que integre o estudo de soluções alternativas com base nas metas da
Diretiva Quadro da Água, tendo em conta todas as dimensões, ecológica, social,
financeira, tecnológica, que melhor respondam aos desafios atuais e futuros e
por isso avaliando a possibilidade de adoção de soluções de engenharia natural
e recomendando políticas estratégicas, transversais a todos os ministérios,
focadas nas causas dos problemas, nomeadamente:
a) Implementação de regimes de caudais ecológicos;
b) Aumento da eficiência hídrica e promoção do uso racional (“responsável”)
da água;
c) Redução das perdas de água nos sistemas de abastecimento
público, agrícola, turístico, industrial;
d) Promoção da utilização de água residual tratada;
e) Instalação de equipamentos de
captação de água diretamente do rio, com economias de escala para os
utilizadores;
f) Adoção de Medidas Naturais de Retenção de Água aos níveis agrícola, urbano,
florestal e hidromorfológico, já implementadas em países da União Europeia;
g) Investimento na investigação, na formação e na adaptação a novas
práticas agrícolas em condições de forte carência de água através da cobertura
permanente do solo, da mobilização reduzida ao mínimo necessário, da plantação
de corta ventos, etc.… para melhor aproveitamento da água e aumento da
fertilidade dos solos;
h) Implementação de políticas de ocupação e uso dos solos
(agrícolas, florestais, urbanização, etc…) que combatam a poluição e favoreçam
práticas agroecológicas.
Estas soluções alternativas
devem ainda assegurar uma política de recuperação de custos dos serviços da
água e o uso adequado do erário público considerando o seu custo de
oportunidade, permitindo que a decisão de implementar qualquer um desses
projetos seja tomada com base em critérios de minimização do impacto ambiental,
em cenários realistas de procura de água e de captação de investimento
produtivo, bem como de utilização das melhores tecnologias disponíveis para
garantir a competitividade económica das explorações agrícolas, nomeadamente,
de eficiência hídrica.
A Avaliação Ambiental Estratégica deve responder ainda às seguintes questões: Maior consumo de água? Para servir quem?
Para produzir o quê? Com que práticas?
4. A rejeição dos projetos de construção de novos açudes e
barragens e a exigência de uma regulamentação adequada para as barreiras que já
existem de modo a garantir: o estabelecimento de verdadeiros caudais
ecológicos; um regime fluvial adequado à migração e reprodução das espécies
piscícolas; a qualidade das massas de água superficiais e subterrâneas do rio
Tejo e afluentes; a conservação e recuperação dos ecossistemas e habitats
essenciais à manutenção dos ciclos vitais; e uma conectividade fluvial
proporcionada por eficazes passagens para peixes e pequenas embarcações;
5. A integração de caudais ecológicos determinados cientificamente
nos Planos de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo com a coordenação das
administrações de Portugal e Espanha, implementados nas barragens portuguesas
(Fratel, Belver, Castelo de Bode, entre outras) e nos pontos de controlo que
atualmente estão presentes na Convenção de Albufeira, em Cedillo e Ponte de
Muge;
6. A implementação de medidas que visem a recuperação ecológica do
rio Tejo e de toda a sua bacia para salvaguardar a continuidade dos ciclos
vitais que ditam a sustentabilidade da Vida através da conservação e
recuperação da sua Biodiversidade e do património natural;
7. Um futuro onde os laços entre a natureza e a cultura das
comunidades ribeirinhas perdurem e se reforcem com o regresso de modos de vida
ligados à água e ao rio, assentes em princípios de sustentabilidade e
responsabilidade, transversal a todas as atividades: piscatórias, agrícolas,
industriais, educacionais, turismo de natureza, ecológico e cultural, e
usufruto das populações ribeirinhas.
Bacia do Tejo, 16 de março de
2025
Ana Silva e Paulo Constantino
Os porta vozes do proTEJO
+ Informações: Paulo Constantino 919 061 330