No Dia Mundial da Água as barragens espanholas devolvem o rio Tejo à secura habitual.
É suficientemente elucidativo ir à beira rio e ver que o rio que registou um nível máximo de caudal no dia 27 de Fevereiro, em menos de 1 mês apresenta uma descida abrupta do caudal de 5 metros acima do nível do mar, ficando apenas entre 1 e 2 metros acima da secura enorme que
enfrentou em Outubro e Novembro de 2009, quando ocorreu o incumprimento do regime de caudais mínimos ecológicos definidos na Convenção Luso Espanhola.
E qualquer pescador lhes pode explicar o motivo desta descida abrupta de 5 metros do nível das águas do rio, retorquindo imediatamente “As barragens é que mandam”.
Poderíamos ir mais longe, quem manda é o poder económico espanhol concentrado no levante espanhol, que despoja as regiões mais pobres e com menos capacidade reivindicativa dos seus recursos hídricos, sejam estas de Portugal ou de Espanha.
Neste momento, 22 de Março de 2010, as 15 barragens da bacia do Segura armazenam um total de 659 Hm3, 58,4 % da sua capacidade total de 1129 Hm3.
Apesar destes números extraordinários e da tendência positiva da última semana, com um aumento de 28 Hm3, os Regantes do SCRATS mantêm os pedidos para transvasar um volume de 170 Hm3 no primeiro trimestre e de 170 Hm3 durante o segundo, a partir das barragens do Tejo para as barragens da bacia hidrográfica do Segura.
A serem atendidos estes pedidos ou sendo-o num futuro próximo, a bacia do Segura ficaria acima de 90% da sua capacidade de armazenamento e também dos seus níveis de segurança.
Enquanto isso, as duas barragens na cabeceira do Tejo, Entrepeñas e Buendia, armazenam apenas 925 Hm3, 37% da sua capacidade total de 2.474 Hm3. Se lhes retirarem os 340Hm3, que exigem o SCRATS e as instituições murcianas e do levante, estas barragens ficariam com 23,5% retornando a uma situação lamentável à qual a ganância sem limites pretende condená-las, bem como ao rio que deveriam sustentar e dar a vida, o rio Tejo e a sua bacia hidrográfica.
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