29 de junho de
2024
proTEJO reivindicou ontem o acesso à
nascente do rio Almonda devolvendo-a ao usufruto da população ribeirinha e a
necessidade de adequação do uso da água do rio Almonda às disponibilidades
hídricas atuais e futuras, estabelecendo-se um regime de caudais ecológicos no
seu curso e na chegada ao rio Tejo
O proTEJO realizou hoje uma jornada “Por Um Almonda Livre” que se iniciou pela manhã com a descida de canoa “11º Vogar contra a indiferença” com cerca de 30 participantes em 15 kayaks que coloriram o corredor ecológico do rio Almonda, importante afluente da rede hidrográfica do Tejo, defendendo os rios Vivos sem poluição e Livres de açudes e barragens para assegurar a conservação dos ecossistemas e habitats aquáticos, o usufruto do rio pelas populações ribeirinhas e os fluxos migratórios das espécies piscícolas.
O
"11º Vogar contra a indiferença" iniciou-se pela manhã no jardim do
Almonda Parque e continuou com um percurso fluvial em canoa pelo rio Almonda
até ao final do seu corredor ecológico na cidade de Torres Novas que facultou
aos participantes uma experiência de
defesa de uma causa comum, de comunhão com o rio e de fluviofelicidade com a
beleza do património natural de um rio Almonda no Município de Torres Novas.
A “Carta Contra a Indiferença” (em
espanhol) que hoje publicamos e lida na
demonstração ibérica “Por Um Almonda Livre” exige o acesso à nascente do rio Almonda devolvendo-a ao usufruto da
população ribeirinha e a necessidade de adequação do uso da água do rio Almonda
às disponibilidades hídricas atuais e futuras, estabelecendo-se um regime de
caudais ecológicos no seu curso e na chegada ao rio Tejo como garantia de
conservação dos ecossistemas aquáticos, em especial da Reserva Natural do Paul
do Boquilobo, classificada como Reserva da Biosfera pela UNESCO.
Reivindicou-se ainda o acompanhamento, monitorização
e verificação do cumprimento das licenças de descargas de efluentes das ETAR
urbanas e industriais, exigindo a tomada de medidas de proteção ambiental com
base no princípio da precaução.
Esta Carta pretende ser um testemunho de que a conservação
ecológica do rio Almonda e dos rios da bacia do Tejo é um tributo que os
cidadãos devem oferecer para a sustentabilidade da Vida e para a conservação do
seu património, sendo hoje urgente defender rios Vivos sem poluição e Livres
com dinâmica fluvial de modo a garantir: a
qualidade das massas de água superficiais e subterrâneas; a conservação dos
ecossistemas, dos habitats e da biodiversidade; o estabelecimento de
verdadeiros caudais ecológicos; a rejeição dos projetos de construção de novos
açudes e barragens e a exigência de uma regulamentação adequada para as
barreiras que já existem; um regime fluvial adequado à migração e reprodução
das espécies piscícolas; e uma conectividade fluvial proporcionada por eficazes
passagens para peixes e pequenas embarcações.
Entre
estes cidadãos contou-se com a participação de amigos do Tejo de Espanha
pertencentes à Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e
seus afluentes, provando-se que a defesa da Vida nos rios ibéricos
ultrapassa as fronteiras administrativas e une os cidadãos com os mesmos
problemas, independentemente da sua nacionalidade.
Realizou-se
ainda a consciencialização das populações
ribeirinhas para o aumento das pressões negativas que resultam da sobre
exploração da água do Tejo: as que se avizinham, com projetos de construção de
novos açudes e barragens, e as que já existem, face à gestão economicista das
barragens hidroelétricas da Estremadura espanhola, aos transvases da água
do Tejo para a agricultura intensiva no sul de Espanha e à agressão da poluição
agrícola, industrial e nuclear. Foram ainda realçados a importância do regresso
de modos de vida ligados à água e ao rio e das atividades de educação ambiental
e turismo de natureza, cultural e ambiental.
Esta
atividade é organizada pelo proTEJO – Movimento Pelo
Tejo
e pela EcoCartaxo – Movimento
Alternativo e Ecologista, contando com o apoio do Município de Torres Novas, da Viver
Almonda, do UmColetivo e da Rede
de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes, sendo responsável pela descida a Viver Almonda.
O
Almonda merece!
Ana Silva e Paulo Constantino
Os
porta vozes do proTEJO
Mais informação: +351 91
906 13 30
Carta
Contra a Indiferença – português
Carta
Contra a Indiferença – espanhol