domingo, 28 de fevereiro de 2010

POLUIÇÃO COM ÁGUA E SEM AGUA

A poluição na zona de Vila Velha de Rodão tornou-se uma constante, assumindo a forma de tapetes de algas verdes (Azolla) no Verão quando a poluição se combina com caudais que não observam as condições ambientais e de espuma branca quando a poluição é submetida à pressão das descargas das barragens.
Aqui pretendo apenas registar pela positiva a actuação pronta da QUERCUS em ambos os casos, denunciando e registando o ocorrido, e menos positiva a fraca divulgação das conclusões quanto à origem dos incidentes ambientais e ao apuramento das correspondentes responsabilidades
no seguimento das investigações do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR (SEPNA), que tem actuado oportunamente.
Barragem de Cedillo
27.02.2010
(Azolla e Espuma Branca)

GNR diz que não há crime ambiental no Tejo
Por: Lídia Barata
26 de Fevereiro de 2010
A Guarda Nacional Republicana garante que “não há situação que leve ao levantamento de qualquer contra-ordenação, nem há crime ambiental” relativamente ao manto de espuma branca que a montante de Vila Velha de Ródão (Castelo Branco) surgiu no Rio Tejo esta madrugada.
Uma fonte desta força de segurança refere que “depois de acompanhado o manto de espuma e de se terem efectuado diligências para determinar a sua origem, pode concluir-se que esta está numa forte descarga de água efectuada na Barragem de Cedillo (fronteira com Espanha), junto a Monte Fidalgo (Vila Velha de Ródão)”.
A mesma fonte esclarece também que “alguma poluição que já exista na água e as micro-algas que também são vulgares no rio nesta zona, associadas à força da água devido à descarga formaram o manto de espuma que desde esta madrugada é visível no Rio Tejo”.
Lembre-se que o Rio Tejo, a montante de Vila Velha de Ródão, acordou esta sexta-feira, dia 26 de Fevereiro, com um manto de espuma branca, tal como confirmou Samuel Infante, da Quercus de Castelo Branco.
“O alerta chegou à Quercus esta madrugada, um cenário que confirmámos no local”, revelou este responsável, explicando que “o Tejo está coberto com um manto de espuma branco, atingindo, em alguns sítios, um metro de altura”.
A Quercus informou de imediato as diversas entidades interessadas nesta situação, como a Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, a Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Tejo e o Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR.
Maria do Carmo Sequeira, presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, está também a acompanhar esta situação.
“Quinta-feira à noite o rio estava cheio, mas dentro da normalidade e, de facto, na manhã de sexta-feira a situação já era diferente. Mas mandamos de imediato efectuar análises à água, pelo que temos de aguardar os resultados para chegar a alguma conclusão”, adiantou a autarca.
Samuel Infante acrescenta que “esta situação pode acontecer devido a uma descarga industrial, mas também pode ser consequência das descargas das barragens de Alcântara e Cedillo, que estão na sua cota máxima”.
Contudo, este responsável da Quercus sublinha que “é importante alertar sempre para este tipo de situação pois, apesar de poder ser um fenómeno natural, também há empresas que, por vezes, aproveitam as chuvas e estas descargas, para despejar também os seus resíduos nos caudais dos rios”.


Espuma branca “mascarou” hoje o rio Tejo de Antárctida
26.02.2010
Helena Geraldes
Algumas dezenas de quilómetros do rio Tejo, a montante de Vila Velha de Ródão, ficaram hoje cobertas por uma espuma branca que, em algumas zonas, lembrava icebergues numa paisagem da Antárctida, contou a Quercus que esteve no local.
Samuel Infante, do Núcleo regional da Quercus de Castelo Branco e Covilhã, admite que ficou impressionado com a espuma abundante que viu ao longo de uma extensão de rio com vários quilómetros. “O rio estava coberto de branco e a espuma, em alguns locais, atingia um metro de altura, fazendo lembrar icebergues. Parecia a Antárctida”, contou ao PÚBLICO.
A associação foi alertada esta manhã por uma utilizadora do site do PÚBLICO, “Grifos na Web”, que tem uma câmara colocada nas Portas de Ródão, apontada para a escarpa junto ao rio Tejo e que reparou na cor estranha da água.
O Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR (SEPNA) esteve no local a recolher amostras da água para determinar as causas do episódio.
Segundo Samuel Infante, as autoridades chegaram a fechar o porto de Vila Velha de Ródão e a retirar os barcos daquela zona.
“Ainda não sabemos o que causou aquela espuma, mas pode ter sido resultado da elevada pressão da água causada pelas descargas das barragens espanholas de Alcântara e Cedillo”, disse Samuel Infante. “Vamos esperar pelo resultado das análises à água”. Apesar de apostar mais num fenómeno de origem natural, o activista não afasta a hipótese de uma descarga poluente. “Infelizmente há muitas indústrias que aproveitam dias de chuva e descargas de barragens para fazer descargas, a fim de reduzir as hipóteses de serem detectadas”, lembrou.
Ouvida pela agência Lusa, a presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, Maria do Carmo Sequeira, disse que está a acompanhar a situação.
Já em Maio do ano passado, a Quercus tinha lançado um alerta para um manto verde de algas que cobria o rio, na mesma zona. No início de Setembro, o rio Tejo voltou a ficar “esverdeado”. Na altura, o fenómeno foi causado pela poluição e pela redução de caudal.

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