terça-feira, 29 de dezembro de 2009

SECA E CHEIA NO TEJO

A natureza surpreende-nos e oferece-nos a cheia depois da seca, e o Tejo apresenta-se novamente selvagem e indomável.
As barragens espanholas no Tejo têm servido para a produção de energia e para desviar água para outras bacias hidrográficas, mas causam intensos prejuízos com a seca que lançam na bacia do Tejo, com o aumento dos períodos naturais de retorno das cheias que impedem a periódica fertilização natural dos terrenos agrícolas, com o excessivo assoreamento do rio que acentua as inundações e coloca em evidência a sua impotência para evitar as que resultam das condições climatéricas.
Hoje, 29 de Dezembro de 2009, durante a tarde, no inicio desta nova cheia do Tejo, o leito do rio encontrava-se apenas 1,60 m acima do nível do mar e cerca de 0,6 m acima do seu nível natural junto a Vila Nova da Barquinha, pelo que tirámos algumas fotografias para que seja perceptível a diferença entre um Tejo seco sem água e aquele que seria o seu caudal natural, apesar de espraiado em largura devido ao assoreamento que é visível em estado de seca.
Ora vejam.














E ninguém melhor que os próprios pescadores para nos dizerem que rio precisamos.
“António: Água, tanta água. Já há muitos anos que não vias tanta água no Tejo! Tu queres é água, água com fartura é que é preciso!
Manuel: Tu é que queres água para andares à pesca!
António: E é verdade, havia de estar sempre assim ou mais alto!”
Esta conversa entre dois pescadores do Tejo elucida-nos de forma inequívoca sobre o quanto as populações ribeirinhas necessitam de um Tejo com água, faça chuva ou faça sol, não compreendendo as razões pelas quais no verão lhes negam a prática da pesca visto que a falta de água no Tejo nem sequer permite lançar os aparelhos de pesca à água.
Faz falta recordar o que se vê e o que se disse
aqui.

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