A gestão equilibrada de uma bacia
hidrográfica seja ela de um rio, como o Tejo, ou até de uma linha de água como
a Ribeira de Nisa, é de extrema importância para as populações residentes. Gera
riqueza, prosperidade, fixa pessoas. Foi assim que surgiram lugares e regiões. Assim
aconteceu com o projeto sustentável da construção das mini hídricas da Ribeira
de Nisa, cujo mentor foi José Custódio Nunes.
Em 1925 surge a empresa Hidroelétrica
do Alto Alentejo, a Barragem da Povoa e Meadas inaugura-se em 1928, em 1932 a Barragem do Poio, Central da Bruceira em 1934, Central da
Velada em 1953 e por fim a Central da Foz em 1939, já quase no rio Tejo.
Em 2009, a Barragem da Póvoa e
Meadas retorna ao estado, depois de 75 anos de concessão, sem quaisquer obras
de reabilitação e requalificação da estrutura e do espaço envolvente, conforme
o contrato estabelecia.
Por esta altura começa também a
exploração do sistema multimunicipal das Águas do Norte Alentejano (AdNA), para
consumo humano, fonte principal de abastecimento de oito concelhos do distrito
de Portalegre. Por esta altura, não enche, devido às fissuras e a outros
problemas técnicos.
Há uns anos, sem que aparentemente tenha sido objeto de algum tipo de intervenção voltou a atingir a cota máxima.
Há uns anos, sem que aparentemente tenha sido objeto de algum tipo de intervenção voltou a atingir a cota máxima.
Desde de 2013, que o Festival
Andanças, usufrui do espaço, do que outrora foram instalações diversas, do
antigo jardim das hortenses, da casa comunitária com churrasqueira, e que tinha
eletricidade gratuita, das mesas para piquenique. Era a Barragem da Povoa e Meadas,
a “nossa praia”.
Perde Nisa, perde o rio Tejo já
tão mal tratado. A ribeira chega mesmo a secar durante a primavera/verão junto
a foz impedindo a reprodução de peixe como bogas, bastava uma torneira a
correr! Já foram à Bruceira e ao Poio durante o Verão, parece um prolongamento
da ETAR de Nisa!
Mas eis uma nova ameaça, uma Zona de Intervenção Florestal (ZIF) Ribeira de Nisa, em consulta pública até ao dia
29 de Janeiro, no norte do concelho de Nisa, cerca 12.500 ha, que abrange as
freguesias de: União de Freguesias de Espírito Santo, Sr.ª da Graça e S. Simão,
Freguesia de S. Matias e Freguesia de Santana, lugar onde foram realizadas as
assembleias da constituição da ZIF. Até aqui tudo bem, bom palavreado nos objetivos,
sustentabilidade, ordenamento, redução dos incêndios, controle das espécies
invasoras, proteção das espécies autóctones, etc. Há nomes duplicados na lista
de aderentes. Quando lemos, percebemos nitidamente, nas assinaturas do núcleo
fundador, lá estão as chancelas The Navigator Company, Navigator Forest
Portugal SA.
Palavras para quê, está tudo
dito, despovoamento, Tejo sem peixe, queijo de Nisa que vem de Monforte, a Central
de Almaraz na iminência de rebentar, vamos mas é tod@s para Lisboa?
Participem na consulta pública e
defendam a região, a ribeira de Nisa e o Tejo!
José Maria Moura 26/1/2017
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