NOTA DE IMPRENSA
A REDE DO TEJO/RED DEL TAJO CONDENA A AGRESSÃO SOFRIDA NO DIA 25 DE
JULHO PELO ATIVISTA PORTUGUÊS DO TEJO ARLINDO MARQUES EM TORRES NOVAS
A Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água no Tejo / Tajo e seus
afluentes, que reúne organizações portuguesas e espanholas, denuncia a agressão
sofrida recentemente por um ativista português e seu filho menor em Torres
Novas durante as filmagens de uma descarga poluente na Ribeira da Boa Água que
flui para o rio Almonda, um afluente do rio Tejo português. Desta Rede de
cidadania do Tejo / Tajo repudiamos os fatos e pedimos justiça às autoridades
portuguesas.
De Portugal chegou-nos na semana passada a notícia lamentável de que um
companheiro do SOS Tejo, conhecido ativista ambiental da zona norte do Ribatejo
e seu filho menor tinham sofrido, no dia 25 de julho, uma investida de um carro
com três homens no seu interior e que circulava em marcha atrás em alta
velocidade, o qual colidiu com o seu veículo estacionado na berma da estrada
estando no seu interior o seu filho de 10 anos de idade.
Conforme relatado pela vítima, pouco antes da colisão ele mesmo tinha
acabado de receber ameaças verbais e sido atingido no peito por um quarto
homem, que o repreendeu dizendo que ele não tinha nada que fazer filmagens no
local onde se encontrava, na Estrada da Sapeira, sendo que nessa altura Arlindo
Consolado Marques filmava uma descarga poluente sobre a Ribeira da Boa Água.
O Sr. Marques disse ter reconhecido os responsáveis pela empresa
Fabrióleo - Fabrica de Óleos Vegetais S.A, pai e filho, dentro do grupo
agressor e que estes fatos terão sido manifestados numa queixa-crime
apresentada perante o Ministério Público (MP) português. Seria de esperar que o
Procurador-Geral da República fizesse eco da gravidade destes fatos e
instaurasse uma investigação que determinasse a responsabilidade e punição
destes atos criminosos.
Se aqueles que não suportam, porque irritam os seus interesses
económicos, que a partir da cidadania ribeirinha do Tejo defendamos com os
instrumentos à nossa disposição e dentro da lei, a saúde dos nossos rios, e
para dissuadir recorram a táticas mafiosas e violentas, como a sofrida por
Arlindo e seu filho, o que vão encontrar é toda essa cidadania levantada desde
o nascimento do Tejo até Lisboa, pedindo justiça. Em seu nome e indignados pela
agressão em Torres Novas, os membros da Rede de Cidadania por uma Nova Cultura
da Água no Tejo / Tajo e seus afluentes exigem que as autoridades:
• Procedam à investigação oficial profunda dos atos criminosos que
ocorreram em Torres Novas no dia 25 de julho.
• Identifiquem os agressores.
• Peçam uma compensação moral e económica que proceda para as vítimas
desta agressão.
• Imponham as multas e penalidades que se aplicam aos agressores, e a
todos aqueles com responsabilidade subsidiária na ocorrência.
• Investiguem o crime ambiental das descargas poluentes objeto de
filmagem neste local por parte do Sr. Marques.
• Reconheçam a importância da participação dos cidadãos na defesa dos
interesses ambientais.
Esta Rede de Cidadania conhecida como Rede do Tejo / Red del Tajo tem
vindo a organizar na defesa do nosso rio ibérico toda a cidadania ribeirinha do
Tejo / Tajo durante 9 anos. E não são apenas os cidadãos portugueses, mas
também espanhóis que assistimos atónitos à permissividade das descargas
poluentes no rio Tejo e seus afluentes em Portugal e Espanha.
Pedimos assim o compromisso de ambos os governos para tornarem
realidade os princípios da Diretiva Quadro da Água e garantirem que os planos
de gestão da região hidrográfica de ambos os países apontem para a prossecução
do bom estado ecológico dos nossos rios e apliquem o princípio do
poluidor-pagador.
Em relação ao Tejo, apesar de sabermos que as empresas que produzem
descargas poluentes no rio empregam muitas pessoas, o que pedimos é o controlo
eficaz do governo, neste caso português, exigindo a realização do investimento
necessário para atenuar estes efeitos, que multem severamente as empresas que
poluem e prossigam até às suas últimas consequências as infrações criminais
como descrito nesta nota de repulsa.
Para mais informações: Soledad de la Llama + 34 617 352 354, Alejandro
Cano +34 699 497 212 e Paulo Constantino + 351 919 061 330
Participação conjunta dos membros da Rede do Tejo/Red del Tajo na 5ª
Edição da descida de canoa “Vogar contra a Indiferença” promovida pelo proTEJO
e que se celebrou em Abrantes em 02.07.2016. Na foto Arlindo Consolado Marques
com membros da Rede.