A espiral do tempo rodopia enquanto o rio Tejo percorre um caminho riscado na terra que o conduz à foz no seu belo estuário, recolhendo todos os contributos dos afluentes, desde o rio Jarama em Espanha até ao rio Zêzere em Portugal. Todos os anos repete esse percurso, cada vez com menos água e mais poluição, facto visível a olho nu e que nos faz perguntar repetidamente “até quando” ou tentar discernir se o Tejo terá direito a melhores dias.
O movimento pelo Tejo fez três anos no passado dia 5 de Setembro de 2012 e temos a consciência que a opinião pública passou a estar mais atenta ao estado crítico do rio Tejo e dos seus afluentes, quer quanto aos transvases, à poluição, ao impacto da florestação, à gestão de barragens e açudes, tendo este movimento conduzido os cidadãos da bacia do Tejo por um processo de participação pública no Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo, que não foi nem fácil, nem definitivo, mas que será o fio condutor que importa melhorar até ao ano de 2015.
A relevância deste trabalho vem das próprias instituições governamentais responsáveis pela política da água (o Governo, a Agência Portuguesa do Ambiente, Administração da Região Hidrográfica do Tejo e a delegação portuguesa na Comissão de Acompanhamento e Desenvolvimento da Convenção de Albufeira) e da Rede do Tejo (ibérica) que reconhecem o proTEJO como parceiro na epopeia de contribuirmos para um diagnóstico e escolha das medidas que permitam alcançar uma melhoria do estado ecológico do Tejo.
Apesar disto, continuam por se desfazerem as dúvidas sobre a pretensão do Governo Espanhol quanto à construção de um novo transvase na Estremadura e mantém-se a incógnita do efeito que terá a contestação pública sobre o atual regime de caudais vigente na Convenção de Albufeira.
É este o verdadeiro teste às populações ribeirinhas, serem capazes de se galvanizarem para requererem estes esclarecimentos e exigirem um melhor futuro para o Tejo, juntando-se a este movimento na sua próxima Assembleia Geral que será realizada no dia 13 de Outubro, em Vila Nova da Barquinha.
PARTICIPEM, O TEJO MERECE!
Paulo Constantino
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