PESCA DA LAMPREIA NO CONCELHO DE ALMEIRIM
“O lançamento das redes à água pelo homem, enquanto a mulher toma o comando do barco com os remos dá o início à faina da pesca, que pode levar cerca de sessenta minutos. Finda esta tarefa, dá-se início ao recolher das redes pelo homem e se algumas lampreias, entretanto, tiverem ficado presas às redes, o esforço despendido será desta forma recompensado. Novamente a mulher tem um papel relevante ao manobrar a embarcação avieira denominada por bateira com os remos de forma a tornar mais cómoda a tarefa do homem na recolha das redes. O regresso ao local de partida é feito agora com o apoio do motor fora de bordo, permitindo aos pescadores terem possibilidades de realizarem mais alguns lanços antes de regressarem às suas casas, para o merecido descanso. O aparecimento de caranguejos em grande número neste troço do rio Tejo, tem o inconveniente de ser necessário mais tempo na “safa” das redes para o próximo lanço. A poluição das águas também é factor de desagrado para estes pescadores, que lamentam que as autoridades competentes não encontrem soluções para a redução das fontes de poluição principalmente a montante deste troço do Tejo. Por outro lado, há outro motivo de preocupação para os pescadores pelo motivo do aparecimento de bandos constituídos por centenas de corvos marinhos os quais têm permanecido durante bastante tempo, nos últimos anos, onde existam praias ao longo do rio Tejo.” (texto e foto: Luís Cunha Romão).