sábado, 17 de outubro de 2009

4º Transvase do Tejo - Uma realidade

É inaceitável que o presidente do Instituto da Água (Inag) se refira a transvases de emergência previstos pelo Governo espanhol e não se reporte ao estudo já encomendado pela Junta da Extremadura para um quarto transvase permanente do Tejo.
A ilusão de comunicação não surtiu efeito face ao imediato esclarecimento operado junto dos meios de comunicação social.
No noticiário da SIC
http://www.youtube.com/watch?v=xudhJZ7dZw0
E no Público
"Cruzeiro contra a Indiferença" contesta transvases espanhóis
Por Jorge Talixa
http://jornal.publico.clix.pt/noticia/18-10-2009/cruzeiro-contra-a-indiferenca-contesta-transvases-espanhois-18039893.htm
Movimento ProTejo critica omissões do Inag e apresenta reivindicações para que as memórias dos rios vivos não permaneçam apenas na Internet
O movimento ProTejo estranha que o presidente do Instituto da Água (Inag) se refira a transvases de emergência previstos pelo Governo espanhol e não se reporte ao estudo já encomendado pela Junta da Extremadura para um quarto transvase permanente do Tejo. As implicações deste eventual desvio de mais água para o Sul de Espanha foram a razão principal do "Cruzeiro contra a Indiferença", que ontem juntou organizações dos dois países na defesa do grande rio ibérico.
A iniciativa envolveu uma descida do Tejo em canoas e uma subida em barcos de cruzeiro e culminou com a apresentação da "Carta contra a Indiferença". O porta-voz do ProTejo disse que o que está em estudo em Espanha "não é apenas um transvase de emergência", para alagar o Parque Nacional Tablas de Daimiel (Cuidad Real), afectado por uma seca extrema, mas também um quarto transvase. "É uma pura omissão dos verdadeiros transvases", observa Paulo Constantino, criticando as declarações do presidente do Inag, Orlando Borges, e acrescenta que em construção já está um terceiro transvase para alimentar o Guadiana e que o estudo encomendado recentemente pela Junta da Extremadura avalia a viabilidade de um quarto transvase entre o médio Tejo espanhol e as bacias do Guadiana e do Segura, que já está também a ser muito contestada no centro de Espanha.
Preocupado com os cada vez mais reduzidos caudais que entram no Tejo português, o movimento acha que um quarto transvase faria com que passassem para Portugal apenas as águas já utilizadas (em grande parte poluídas) pelos sete milhões de habitantes da zona de Madrid, despejadas no afluente Albeje.
O protesto de ontem culminou na aldeia de pescadores avieiros de Caneiras (Santarém). Os movimentos envolvidos pretendem expor o problema à União Europeia, considerando os danos ambientais e para as populações e actividades económicas ribeirinhas de todas estas alterações no caudal do Tejo. A "Carta contra a Indiferença" apresentada em Caneiras termina com nove reivindicações dirigidas às entidades competentes dos dois países ibéricos.
O documento reclama uma gestão sustentável da bacia do Tejo, o estabelecimento e quantificação de um regime de caudais que permita o bom funcionamento dos ecossistemas ligados ao rio e a monitorização do cumprimento destes caudais mínimos. Defende também a recusa da política de transvases espanhola, a investigação de alternativas, a concepção de um projecto de desassoreamento e navegabilidade do troço final do Tejo português, a realização de acções para ajudar a restaurar o sistema fluvial natural e a valorização e promoção da identidade cultural e social das populações ribeirinhas do Tejo.
Esta carta sublinha que o Tejo "é cultura viva, a espinha dorsal e o eixo das terras e aldeias por onde passa", mas que "o que foi outrora um jardim de peixe, é hoje, infelizmente, uma promessa de fóssil, caso não se tomem medidas urgentes para o salvar", nos dois países.

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