"CARAVANA
PELA JUSTIÇA CLIMÁTICA ALERTA PARA O ECOCÍDIO DO RIO TEJO PELOS NOVOS AÇUDES E
BARRAGENS PROPOSTOS PELO PROJETO TEJO"
O Trilho Panorâmico de Vila Nova da
Barquinha foi, ontem, dia 14 de abril, percorrido pela Caravana pela Justiça
Climática com destino ao Parque Ribeirinho desta vila, onde se realizou uma
ciranda (assembleia popular) com os temas “Projeto Tejo – o Ecocídio do Tejo pelas barragens” e “EcoParque do Relvão: Problema ou solução?” onde se refletiu
sobre a importância de manter os últimos 120 km de rio Tejo livre dos novos 4
açudes e 2 barragens propostos pelo Projeto Tejo que representa um esbanjar de
dinheiros públicos quando existem soluções de captação de água diretamente do
rio Tejo sem mais barragens e muito mais económicas.
Concluiu-se que o Projeto Tejo pretende
apenas alcançar a especulação imobiliária com a valorização dos terrenos
agrícolas com impactos negativos nas regiões do Médio Tejo e Lezíria do Tejo
quanto à atividade económica de turismo ecológico, rural e cultural,
descaracterização do património cultural associado ao rio Tejo, como o Castelo
de Almourol, as aldeias avieiras e os mouchões do rio Tejo, envolvidos por um
rio que corre livremente, bem como diversos impactos ambientais negativos que
se sabe que os açudes e barragens têm sobre a biodiversidade e os valores
ecológicos, neste caso, do rio Tejo.
Apelou-se ainda a todos os cidadãos de
Lisboa e da Área Metropolitana de Lisboa para protegerem a fauna e a flora do
estuário do Tejo visto que os novos açudes e barragens irão destruir os
equilíbrios dos ecossistemas do estuário do Tejo ao constituírem um obstáculo
físico à passagem de nutrientes e substâncias químicas.
Com efeito, a retirada de enormes
volumes de água para o regadio interromperá o ciclo ecológico da água não
permitindo a passagem de água doce suficiente o que provoca alterações nas
águas de transição (salobras) do estuário e nos ecossistemas que destas
dependem.
Acresce ainda que o caudal passará a ser
insuficiente para transportar os sedimentos em direção ao mar, impedindo que se
depositem nas praias da orla costeira.
Além disso, o estuário do Tejo acumula
uma acentuada poluição com origem em Espanha e que se agrava com as águas
poluídas de afluentes do rio Tejo e acaba numa acentuada contaminação do
estuário com a consequente proibição a apanha de bivalves na reserva Natural do
Estuário do Tejo.
Lembrou-se ainda a necessidade de uma
transição ecológica da agricultura para práticas agrícolas sustentáveis e os
problemas relacionados com as monoculturas, sendo a agricultura convencional é
responsável por importantes emissões de gases com efeito de estufa, poluição do
ar, da água e dos solos, e a produção e aplicação de adubos de síntese a partir
de gás fóssil representam níveis de emissões de gases com efeito de estufa e de
poluição muito elevados.
O Tejo e a Vida merecem mais ação
climática!
Bacia do Tejo, 14 de abril de 2022
Os
Porta-Vozes do proTEJO,
Ana Silva e Paulo Constantino