sábado, 30 de abril de 2011

FESTA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM - CONSTÂNCIA

"RENOVAR A TRADIÇÃO" 
Já não são os marítimos que sobem e descem o Tejo até Constância para pedir a bênção a Nossa Senhora da Boa Viagem, mas na segunda-feira de Páscoa o cais da vila poema vai encher-se de embarcações.
Os primeiros registos da festa da Senhora da Boa Viagem de Constância remontam ao século XVIII, mais exactamente a 1788. Pelo Tejo navegavam barcos de grande porte fazendo a ligação entre Lisboa e as zonas mais interiores do país.
A tradição manteve-se ao longo dos séculos. Os homens desciam e subiam o grande rio a bordo dos varinos, barcos que chegavam a atingir 20 e 30 toneladas. Vida dura que só conhecia descanso por altura da Páscoa.
"Vinham na quarta-feira da Semana Santa, assistiam às cerimónias religiosas e voltavam a partir na quarta-feira da semana seguinte. Era o único período de descanso que conheciam”, afirma António Matias Coelho, historiador e assessor da câmara de Constância.
Matias Coelho começou a colaborar com o município de Constância, quando o actual presidente, António Mendes, foi eleito. Nos finais da década de 80 a actividade marítima já tinha acabado, a festa só se mantinha graças à paróquia.
“A primeira festa a que assisti foi em 1990 e tive a nítida sensação que ela iria desaparecer se nada se fizesse. Nesse ano, apenas três barcos chegaram a Constância”, recorda o historiador.
No ano seguinte, a autarquia chamou a si a organização da festa e, sem marítimos no activo, os festejos adquiriram os actuais moldes. O último dos marítimos de Constância, Hermínio Bento, faleceu recentemente.
A Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem “sempre foi feita pelos marítimos, pelos homens dos barcos de transporte”, sublinha Matias Coelho, desfazendo a confusão que por vezes se estabelece com barqueiros e pescadores.
“A pesca nunca foi uma actividade económica muito relevante em Constância. Claro que havia pescadores, mas poucos, e também barqueiros que faziam a travessia entre as margens, mas a festa era dos marítimos, profissão que gozava de certo poder económico e social na vila”, continua.
Embora o seu trabalho fosse no rio - de Abrantes aos portos da grande Lisboa – apelidavam-se de marítimos.
“Ao Atlântico nunca chegavam, andavam no mar da Palha e a designação vem daí”. A este propósito Matias Coelho conta a história de um decreto régio que dispensava os marítimos de cumprirem o serviço militar. Os marítimos de Constância quiseram saber se a legislação se lhes aplicava, mas a resposta foi negativa: marítimos são os que trabalham no mar ou nas praias do mar. Apesar disso continuaram a considerar-se “marítimos”.
A actividade de transporte no Tejo conheceu a primeira grande quebra com a criação do caminho de ferro, mas foi a abertura das rodovias que lhes pôs termo. Mesmo assim, a Festa da Senhora da Boa Viagem foi organizada e custeada pelos marítimos até à década de 60 do século passado. Até que não foi possível entregar a bandeira azul a ninguém. Era este o símbolo que identificava o festeiro, o homem responsável pela festa no ano seguinte.
“A festa tinha acabado nessa altura, se a paróquia não continuasse a manter a procissão e a bênção dos barcos”, sublinha MaTias Coelho. E porque entende que “a tradição é um filme a que cada geração deve acrescentar alguma coisa”, os concelhos ribeirinhos são convidados a participar nestes festejos com os seus barcos engalanados."
EMBARCAÇÕES ENGALANADAS SUBIDA DO TEJO TANCOS - CONSTÂNCIA
(Fotos proTEJO)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

OS CAUDAIS AMBIENTAIS NA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO

Antes da Páscoa a Confederação Hidrográfica do Tejo foi forçada a cancelar o debate que tinha organizado sobre caudais ambientais na bacia hidrográfica do Tejo. Isto, como tudo o que se refere ao novo plano de bacia hidrográfica, é um debate ainda pendente na nossa bacia. As jornadas foram canceladas por ordem do Ministério do Ambiente, Assuntos Rurais e Marinhos, sob a pressão do Sindicato de Regantes do Aqueduto Tejo Segura (SCRATS), tendo bastado a publicação de um artigo no Jornal La Verdad que contestava a ousadia da CHT para organizar estas jornadas de participação pública para que, em menos de 24 horas, o Ministério ordenasse o seu cancelamento.
A Universidade e a Fundação Nova Cultura da Água acreditam que as pressões políticas e interesses económicos não devem retirar aos cidadãos e utilizadores da água da bacia do Tejo a oportunidade de discutir, de identificar problemas e em conjunto encontrarem soluções para os muitos desafios que a recuperação do bom estado ecológico dos rios da bacia do Tejo. A definição dos caudais ambientais é apenas uma parte deste complexo debate, mas uma parte importante.
Assim, a Fundação Nova Cultura da Água, a Universidade Politécnica de Madrid e a Universidade Autónoma de Madrid conjugaram esforços e organizam o primeiro debate público sobre caudais ambientais na bacia do Tejo, na mesmas data das jornadas originalmente previstas, dia 5 de Maio, e com os mesmos oradores.
“OS CAUDAIS AMBIENTAIS NA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO”
Jornadas de Debate Universitário

sábado, 16 de abril de 2011

RESULTADOS DA ASSEMBLEIA GERAL DO proTEJO - MOVIMENTO PELO TEJO - 16 DE ABRIL DE 2011

A ASSEMBLEIA GERAL realizada no dia 16 de Abril de 2011 (sábado) pelas 14:30 horas, no Auditório do Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, teve os seguintes resultados:
a) Apresentação do relatório de actividades do 1º trimestre de 2011 – Doc. n.º 1;
b) Constituição de um grupo de trabalho para preparar a participação nas V Jornadas Ibéricas "Por Um Tejo Vivo", bem como a análise da Avaliação Ambiental Estratégica e as alegações a apresentar na participação pública do projecto de Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo;
b) Definição da intervenção do proTEJO na participação pública do projecto de Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo e respectiva calendarização - ver apresentação;
c) Apoio à Associação Ambiente em Zonas Uraníferas e ao Movimento Urânio em Nisa Não, aderentes do proTEJO, quanto ao pedido de encerramento da central nuclear de Almaraz por já ter excedido o período de funcionamento previsto e representar um risco de contaminação das águas do rio Tejo;
d) A Associação proTEJO será constituída até Novembro de 2011 e estatuída da sua forma legal apresentará as alegações ao projecto de Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo.